Neste dia especial em que o rancho faz 8 anos que por esta altura já caminhava por esta ilha de Jesus partilhamos um artigo publicado no site da Diocese de Angra:
É a oitava romaria. Este ano saem 36 irmãos. Alguns vêm da Graciosa
A partir do próximo dia 9 de abril, 36 romeiros sairão para a oitava romaria da quaresma que se realiza na ilha Terceira, apurou o Portal da Diocese junto do único rancho existente na ilha e que está ligado, desde o começo, ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Angra do Heroísmo.
“Não importa a ilha o que importa é o significado da nossa intenção e ela é comum à de outros irmãos” disse ao Portal da Diocese Paulo Roldão, um dos responsáveis pelo rancho, desde a primeira hora.
Este grupo formou-se em 2006, depois de um dos irmãos fundadores ter integrado algumas romarias quaresmais em São Miguel. Depois de feita a preparação inicial e de terem recebido a ajuda de romeiros de São Miguel, o rancho nunca mais parou a sua atividade.
Regem-se pelo mesmo regulamento, rezam da mesma forma e preparam-se com o mesmo empenho e seriedade, como estipula o regulamento do Movimento de Romeiros de São Miguel. Mas não o integram.
“Nós surgimos mais tarde e somos apenas um rancho. Se o Sr. Bispo entender que nos devemos unir, unimo-nos sem problema. Mas já rezamos por todos os irmãos romeiros”, sublinha Paulo Roldão.
Embora com uma dimensão completamente distinta, a história reza que as romarias quaresmais se realizavam com frequência em todas as ilhas, embora São Miguel tivesse sido aquela onde elas se mantiveram ininterruptamente e com uma dimensão mais significativa.
Os primeiros registos de romarias na Terceira, ocorrem juntos às Ermidas ou aos pequenos nichos construídos para ali colocar a imagem encontrada: São Roque (São Bento), que poderá ser um dos locais onde se terá realizado a primeira romaria – tinha Casa de Romeiros.
Também na Senhora da Esperança (Porto Judeu); Santo Amaro (Ribeirinha); Senhora da Ajuda (Santa Bárbara); Santinha do Mato (Cinco Picos); Nossa Senhora de Guadalupe (Agualva) e Nossa Senhora dos Milagres (Serreta), estas 3 últimas tinham também a sua Casa de Romeiros – mantendo-se apenas hoje com a mesma configuração a existente em Santa Bárbara – Senhora da Ajuda, tal como refere o Pe Alfredo Lucas na sua obra “As Ermidas da ilha Terceira”.
Estas casas de romeiros, particularidade desta ilha, teriam surgido no inicio do séc XVIII para acolher os peregrinos durante a pernoita nesses lugares.
Os romeiros da terceira dão a volta à ilha durante cinco dias, percorrendo o maior número de lugares de culto possível, sendo que os templos marianos são paragem obrigatória, e ao quarto dia percorrem o “deserto”.
“É, sem dúvida, um dos dias mais intensos das nossas romarias pois vamos até à Santinha do Mato e, neste dia, estamos connosco e com Deus pois não vemos ninguém, não há outros barulhos senão os da natureza. É um dos momentos mais ricos para vivermos a nossa espiritualidade”, acrescenta Paulo Roldão.
Durante a caminhada dos cinco dias fazem muitas meditações e celebrações da palavra. Este ano, tal como nos anteriores, vão ter a companhia e a ajuda espiritual do Pe Dinis Silveira (que estuda em Roma), que mais uma vez integrará o rancho.
De resto, no ano passado foi o portador de uma missiva para o Papa produzida pelo rancho que ofereceu a Francisco `”uma pequena lembrança igual à que damos aos irmãos no fim da romaria” e de uma brochura “com as meditações que fazemos”. A resposta surgiu três meses mais tarde, com um agradecimento assinado pelo assessor Cardeal Peter Wells.
“Este ano voltaremos a rezar por ele como sempre fizemos. Se os irmãos de São Miguel quiserem integrar as nossas orações no ramalhete espiritual que vão enviar ao Santo Padre ficaremos satisfeitos”, conclui Paulo Roldão.
Os romeiros da Terceira reúnem-se com regularidade. Fizeram um retiro espiritual no passado mês de Janeiro e são assistidos espiritualmente durante o ano pelo Pe Francisco Dolores, reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Angra do Heroísmo.
Carmo Rodeia
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