Aqui partilhamos o testemunho de um irmão romeiro:
"Bendita foi a hora e o dia em que pus os pés na minha
primeira reunião de preparação no Santuário da Conceição em Angra do Heroísmo.
Sem conhecer ninguém, assisti à reunião e graças a Deus e com a compreensão do
irmão Mestre Paulo Roldão, consegui integrar o rancho de romeiros. Tive pena de
não assistir às restantes reuniões, não por falta de vontade, mas por saber um
pouco tarde do rancho de romeiros da Terceira.
A minha romaria na Terceira foi marcada por muitas coincidências.
No local onde morava, encontrei um senhor, que mais tarde soube que era o Padre
Dinis. Falamos um pouco junto do “seu” terreno e falamos sobre a Romaria. Despertou-me
a vontade. Como não tive possibilidade de caminhar em São Miguel, o chamamento interior
foi forte e lá compareci na reunião.
Sozinho num banco, na primeira reunião, com o olho para Ele,
ouvi uma voz ao fundo: “boa noite desculpe o atraso”, ouviu-se. Olhei para trás
e reparei que era o meu padrinho de Crisma, irmão Ricardo. Não fazia ideia que
ele ia na romaria. Fiquei feliz.
Antes da partida, na confissão, ao falar com o senhor Padre
Dolores, soube que ele tinha famílias na minha freguesia – São Pedro de
Nordeste. Coincidência. Fiquei ainda mais feliz. Soube bem ouvir o senhor padre
a falar das ruas, das pessoas da minha freguesia.
Madrugada de quarta-feira até domingo de chegada, a Romaria
foi magnífica. Arrisco-me a dizer que foi a melhor romaria que já fiz, apesar
de ser cinco dias. As orações, os cânticos, reflexões, meditações, o silêncio,
o rezar o terço, a hospitalidade das pessoas, a ajuda, a partilha, os
sofrimentos, as alegrias, as tristezas, as angústias, as brincadeiras foram
feitas com sentimento e acima de tudo, com respeito por todos.
Podia dizer muitas mais coisas neste testemunho. O dia mais
marcante para mim foi no final do dia depois da missa do Porto Martins. Os
familiares presentes. A troca de roupa. O reforço de algum alimento e eu
“sozinho” no meio da multidão. Mas encontrei – no meio de tanta gente – uma
pessoa que me deu força de seguir viagem. Só a troca de olhares e um pequeno
sorriso foram suficientes para dar mais um passo em frente. Não houve conversa,
mas soube bem sentir.
Espero que tenham gostado das orações e do meu contributo.
Tudo o que é dito é sentido e com respeito. A meditação sem objectivo é a mesma
coisa que a seta lançada sem que o arco a solte. Fiz o que sei e faço por
gosto.
Finda a Romaria, quero agradecer a todos aqueles que sempre
estiveram disponíveis para me ajudar e apoiar. Ao irmão Mestre o meu muito
obrigado. Ao Padre Dinis agradeço toda a compreensão. Ao irmão meu padrinho um
grande abraço. Enfim, a todos os irmãos do rancho e àqueles que sempre
estiveram em auxílio.
Vemo-nos para o ano, se Deus quiser.
Seja bendita louvada, sagrada, paixão, vida, morte e
ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo."
Irmão Valter Mateus
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