A romaria faz-se
caminhando.
Caminhando ala
com ala, bordão a bordão, de olhos postos na ponta do xaile do irmão que vai há
frente enquanto as contas do terço vão rodando entre os dedos da mão até ao
ponto do coração abrasar.
A romaria faz-se
caminhando.
Caminhando por
toda a ilha, parando no maior número de locais de culto possíveis, rezando e
cantando dolentemente Avé Marias até ecoarem na mente como alimento para a
alma.
A romaria faz-se
caminhando.
Caminhando muito,
mas também parando aqui e ali para a partilha da refeição ou o descanso
merecido ao fim de um dia de caminhada.
A romaria faz-se
caminhando
num deserto propício ao encontro com Deus, é uma certeza
inequívoca, no entanto, e tal com diz o cântico “- O Povo de Deus, no
deserto andava, mas há sua frente Alguém caminhava.”, também na nossa
romaria, alguém caminha há nossa frente.
Alguém há nossa frente
caminha, pedindo-Lhe para que nos ajude na caminhada, nas orações, nas
meditações e até nas intempéries, para que nunca vacilemos e continuemos a
segui-lO.
Alguém há nossa frente
caminha, pedindo-Lhe para que não nos falte as refeições necessárias e as
pernoitas para descansar o corpo.
Alguém há nossa frente
caminha, pedindo-Lhe para que muitos irmãos e irmãs nos procurem e nos peçam
orações pelas suas intenções.
Alguém há nossa frente
caminha, pedindo-Lhe para que os locais de culto por onde iremos passar estejam
abertos, para condignamente adorá-lO.
Qual oásis no
meio do deserto, apenas de lenço e terço ao pescoço, alguém
caminha há nossa frente pedido a Deus por todos nós, e todos nós pediremos a
Deus por eles, pelas suas intenções e suas famílias.
Artigo já publicado no facebook do rancho na passda 5ª feira em "modo pré--definido"
Paulo Roldão
(um irmão
romeiro, como os demais)
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