Irmãos em
Cristo,
hoje é 4ª
feira de cinzas, começa o período religioso denominado da Quaresma, no ciclo da
Páscoa.
Ao contrário
do que muito “boa gente” possa dizer, e ainda que o carnaval já não termine às
00:00 deste dia, ainda vamos a tempo de viver uma quaresma santa, aliás, vamos sempre a tempo, logo que o
queiramos.
A quaresma em
1ª instância, representa o deserto, “local” por excelência árido, mas é nessa
aridez que nos devemos fixar, porque é lá que Deus no chama. Um deserto assim é propício à solidão, ao jejum, à
penitência, ao encontro com o Criador, mas também ao perigo e há tentação. E é
neste período de 40 dias em particular, que nos encontramos mais sujeitos às
“obras” do demónio. Mas, com a força e o poder da oração, devemos ser semelhantes
a Jesus, resistindo aos perigos e às tentações que ele nos vai pondo no caminho
ou, tal como Moisés, trabalhemos para passar estes 40 dias no Monte,
porque depois desses dias, seremos abençoados com o diluvio das graças
de Deus, na Sua Ressurreição.
Mas este
tempo, também é de Perdão. Perdão ao irmão, contra o qual podemos ter cometido
alguma falta, mas também perdão do Pai ao filho pródigo. Este perdão origina
o Encontro e a Reconciliação com o próximo e com Deus, a conversão de Zaqueu
ou o encontro de Jesus Cristo com a mulher adultera, que nós todos
somos...um pouco de cada uma destas personagens.
A quaresma
também é passagem das trevas à Luz. Cegos desde a nascença, com a vinda
da Luz do mundo que é Jesus Cristo, talvez possamos ver e vê-Lo.
Este período,
também é de purificação e cura das nossas almas e das nossas enfermidades, tal
como a cura do paralítico ou do filho do centurião. Também poderá
ser água, uma vez que a sede na nossa quase constante insatisfação de
ser e estar, passe para a verdadeira água viva da samaritana e deixemos
de ter sede.
O período da
Quaresma também é CRUZ, presença e sinal permanente, mesmo depois da
ressurreição até há ascensão de Jesus.
Nesta Quaresma
irmãos, tentemos vive-la com a maior santidade possível, atravessando desertos,
resistindo às tentações, mas também perdoando, encontrando-nos uns com os
outros e neste Ano da Misericórdia, reconciliando-nos com Deus.
Nesta Quaresma
irmãos, abramos os olhos para Deus, saciemos a sede na água viva e saibamos
carregar a Cruz para segui-Lo, não aquela que Ele verdadeiramente carregou
(porque essa é humanamente impossível), mas aquela que Deus nos deu, e
qual Simão de Cirene, carrega-la sem
questionar, porque depois das três da
tarde e quando dermos o último
suspiro, haveremos de ressuscitar e ve-Lo face a face.
Paulo Roldão
(um irmão
romeiros, como os demais)
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