sexta-feira, 7 de abril de 2017

O SENHOR É CLEMENTE E COMPASSIVO

Deus é clemente e compassivo e porquê?
À cerca de 35/40 anos sempre que via na RTP-Açores ou escutava na Radio Difusão Açores, de que se estava a iniciar mais um ciclo, em que os Romeiros da Ilha de São Miguel, iam pôr pernas ao caminho para mais uma jornada de penitência Quaresmal, achava que essa manifestação piedosa era uma expressão terceiro-mundista da nossa Igreja.
Passados estes cerca de 40 anos concluo, que o Senhor foi de uma paciência, clemência e compassividade para comigo sem precedentes pois, hoje tenho como é bom de ver uma opinião bem contrária. Ele sabia que passados todos estes anos eu iria reconhecer a minha pequenez e a sua grandeza, pois como diz o Salmo: Ele conhece-me desde sempre, mesmo quando estava no ventre da minha mãe e sabia (salvaguardadas as distâncias) que como aconteceu com São Paulo a caminho de Damasco, eu iria também cair do meu “burro ”
Já participei ao longo de todos estes anos em inúmeros movimentos paroquiais, diocesanos, e nacionais que me foram enriquecendo ao longo do tempo mas o Movimento dos Romeiros é a cereja sobre o bolo.
Porque será que depois de uma “estafa” dura, de cinco dias em redor da nossa Ilha com sonos apressados que não repõem o cansaço do dia anterior, do Sol inclemente, chuva, granizo, refeições fora de horas o Romeiro depois de terminada a Romaria sente uma alegria indescritível e passa a chamar Irmão ao seu próximo sem nenhum constrangimento ou respeito humano?
Porque durante estes 5 dias sentiu-se como nunca junto de Jesus e que alegria estar junto de Jesus e sua Mãe…
Somos assíduos na oração, na fração do Pão e partilhamos os bens que transportamos no coração e na “cevadeira” como nos relata o livro dos Atos dos Apóstolos.
As nossas vestes aos olhos do mundo originam “galhofa” por onde passamos outras vezes “escárnio e blasfémia” mas nada nos atinge porque levamos o Senhor por companhia e que companhia.
É meu entendimento que a experiência da Romaria nos aproxima do que eram as primitivas e genuínas comunidades cristãs daí a nossa satisfação, alegria, contentamento, por vivermos esta experiência divina.
Irmão João Dinis

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