Deus
é clemente e compassivo e porquê?
À
cerca de 35/40 anos sempre que via na RTP-Açores ou escutava na
Radio Difusão Açores, de que se estava a iniciar mais um ciclo, em
que os Romeiros da Ilha de São Miguel, iam pôr pernas ao caminho
para mais uma jornada de penitência Quaresmal, achava que essa
manifestação piedosa era uma expressão terceiro-mundista
da nossa Igreja.
Passados
estes cerca de 40 anos concluo, que o Senhor foi de uma paciência,
clemência e compassividade para comigo sem precedentes pois, hoje
tenho como é bom de ver uma opinião bem contrária. Ele sabia que
passados todos estes anos eu iria reconhecer a minha pequenez e a sua
grandeza, pois como diz o Salmo: Ele conhece-me desde sempre, mesmo
quando estava no ventre da minha mãe e sabia (salvaguardadas
as distâncias)
que como aconteceu com São Paulo a caminho de Damasco, eu iria
também cair do meu “burro ”
Já
participei ao longo de todos estes anos em inúmeros movimentos
paroquiais, diocesanos, e nacionais que me foram enriquecendo ao
longo do tempo mas o Movimento dos Romeiros é a cereja sobre o bolo.
Porque
será que depois de uma “estafa” dura, de cinco dias em redor da
nossa Ilha com sonos apressados que não repõem o cansaço do dia
anterior, do Sol inclemente, chuva, granizo, refeições fora de
horas o Romeiro depois de terminada a Romaria sente uma alegria
indescritível e passa a chamar Irmão ao seu próximo sem nenhum
constrangimento ou respeito humano?
Porque
durante estes 5 dias sentiu-se como nunca junto de Jesus e que
alegria estar junto de Jesus e sua Mãe…
Somos
assíduos na oração, na fração do Pão e partilhamos os bens que
transportamos no coração e na “cevadeira” como nos relata o
livro dos Atos dos Apóstolos.
As
nossas vestes aos olhos do mundo originam “galhofa” por onde
passamos outras vezes “escárnio e blasfémia” mas nada nos
atinge porque levamos o Senhor por companhia e que companhia.
É
meu entendimento que a experiência da Romaria nos aproxima do que
eram as primitivas e genuínas comunidades cristãs daí a nossa
satisfação, alegria, contentamento, por vivermos esta experiência
divina.
Irmão
João
Dinis
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