“Eu procuro o rosto do Senhor,
eu procuro a Sua imagem
dentro do meu coração”[1]
Irmãos,
foi com esta frase, que serve de titulo, que mais uma vez me
aventurei a tentar escrever-vos algumas palavras, nesta altura do ano
litúrgico, como sinto que me compete.
Estamos às portas do NATAL!
Aquele Messias prometido pelos
Profetas, durante muitos séculos, no tempo do Pai, «fez-se homem e veio habitar connosco»[2]
Neste tempo, que é o nosso,
estamos a viver o tempo, não da adoração do Deus menino, com tudo o que ela
engloba, mas sim da adoração do dinheiro, do prazer, do consumismo e tudo o
mais, que vai contra o verdadeiro espírito do Natal. Até já trocamos o São
Nicolau pela criação mais duradoura do mercado, o “Pai Natal”. Nesta época, não
há festa ou templo de compras que não tenha uma pessoa a encarnar
essa figura. Não há montra ou caminho, que nesta época não esteja iluminada com
luzes de mil cores, enquanto Aquele que veio ao mundo por nós, fica de parte ou
até mesmo esquecido, e a Sua verdadeira luz encerrada num canto da casa ou apenas
iluminando os sacrários das Igrejas. Há alguns dias até o Santo Padre Papa
Francisco, numa das suas homilias referiu este facto, dizendo:
“Estamos perto do Natal: haverá luzes, festas, árvores iluminadas,
presépios… mas é uma farsa. O mundo continua a fazer as guerras. Não escolheu o
caminho da paz”
Neste tempo do Advento, devemos
parar um pouco e repensar o nosso modo de estar e viver o Natal sincero e
verdadeiro. Não quero dizer com isto, que comprar algumas lembranças para
oferecer aos familiares mais diretos ou amigos de longa data seja errado, eu
próprio o faço, no entanto, além de comedido, tenho sempre O menino no meu
pensamento e não um homem gordo, de longas barbas brancas e com roupa vermelha
de uma bebida gaseificada.
Graças a Deus que ainda existem pessoas, famílias e instituições que encontram o
rosto do Senhor nos sem-abrigo, nos desprotegidos, nos idosos e na
restante sociedade que é posta de parte e que apenas são um número e nada mais,
e veem a Sua imagem dentro dos seus corações.
Graças a Deus que ainda existem pessoas e famílias que teimam em passar de
geração em geração, que a adoração ao Deus menino é o 1º mandamento e tudo o
mais está para além do 10º mandamento.
Estamos há porta do NATAL, irmãos.
O Natal, que esperamos, não
deverá ser, como se fosse a primeira vinda de Cristo, mas sim um reviver
em nós o Seu nascimento. Jesus nasceu pela primeira vez em nós no dia em que
fomos batizados, e deverá continuar a renascer em nós todas as vezes que O
recebemos no Sacramento da Eucaristia.
Neste Natal procuremos o rosto do Senhor e
encontre-mo-lO dentro dos nossos corações, são os meus sinceros e sentidos votos para todos vós, irmãos.
Paulo Roldão
(Um irmão romeiro, como os demais)
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