sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Mateus 18:1-5

Foto de Luis Nunes
"1 Naquela hora chegaram-se a Jesus os discípulos e perguntaram: Quem é o maior no reino dos céus?
2 Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles,
3 e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.
4 Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.
5 E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe."

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Experiência de Deus

Foto de Luis Nunes

Como já alguém se pronunciou sobre o assunto, ”as romarias quaresmais, são uma experiência de Deus intensa”.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Reportagem da RTP-Açores

Foto de João Costa/Fotaçor

Aqui fica o link para a reportagem da RTP-Açores feita aos Romeiros.

Dias Grandes

Foto: João Costa/Fotaçor
Os dias de Romaria são grandes. Grandes em duração, desde as três da manhã às dez da noite; grandes também em tempo porque cada momento concentra memória interpretada do passado, a oportunidade sempre única do presente e a projecção expectante do futuro. É como se a escala do tempo tivesse profundidade e âmbito em cada instante concentrando ali todo o infinito. Na verdade, como nos sugere o Padre Dinis conseguimos caminhar para o infinito porque cada momento é potencialmente infinito.
O espantoso do mistério da criação do Homem é que esse “infinito instante” é concretizado em cada um dos nossos gestos, atitudes e palavras. Mas como é que podemos concentrar todo o infinito num só gesto, numa só atitude ou numa só palavra? Concentrar o Mundo num só grito, como nos diz Florbela Espanca na canção de Luís Represas? A poetisa sabe como é, e diz! “É amar-te assim perdidamente, é seres alma e sangue e vida em mim, e dizê-lo cantando a toda a gente!”
E se pusermos a devida maiúscula nesta maravilha começamos a compreender o drama feliz do mistério. “É amar-Te assim perdidamente, é seres alma e sangue e vida em mim, e dizê-lo cantando a toda a gente!”. E a maravilha é que a maiúscula pode ser minúscula porque no instante infinito do gesto de amor Deus é o outro.
Tudo isto parece bonito e poético quanto baste, mas como é que é possível concretizá-lo todos os dias. Ao longo de meia romaria fomos conversando com uns com os outros e percebendo melhor as ideias que nos são dadas de Graça.
Primeiro, ajuda muito rezar. O Padre Dinis disse-nos para orar dialogando com Deus para além de rezar dizendo Avé-Marias e Pai Nossos. Mas o silêncio do não discernimento imediato, a amargura da confusão distraída da nossa mente e a presença exigente da nossa liberdade fazem-nos fugir para a reza fácil e trauteada, ao som batucado dos passos e com o cenário holliwoodesco de uma paisagem bonita. E a verdade é que essa reza trauteada dá sinais de nos ir protegendo contra o que pensamos ser pecados mais graves ao mesmo tempo que nos abre janelas momentâneas de felicidade. E o mundo parece correr nesta rotina bem comportada e tendencialmente moralista do pedir sem escutar. Tudo parece direitinho assim, e até a criação sociológica do mundo, como o entendemos - com pais, irmãos, mulher, amigos e colegas, companheiros de equipa e compatriotas – parece ser conforme esta recomendação elementar da reza sem oração.
No entanto existem todos os outros. Aqueles que referenciamos com facilidade para exemplificar julgando os sinais da nossa moralidade limitada e julgadora. Pelo menos foi assim que, com o tempo de um burro, entendi o aviso que me deram dizendo que “as referências são tramadas” e que, perante a minha estupefacção defensiva, que “temos que aprender as lições da humildade”.
Tramado é o orgulho, percebi mais tarde; esse que, supostamente, nos dá a identidade que nos constitui e nos dá pertença, mas que efectivamente ofende e distancia os outros. Mas como é possível viver sem esse orgulho que julgamos constitutivo e essencial? Ou, dito de outra maneira, como é possível viver com humildade e, ao mesmo tempo, ... dizê-lo cantando a toda a gente?
Da conversa que tive com o Padre Dinis ao longo do caminho que vai de São Sebastião até à Barraca pareceu-se entender duas coisas. No mundo passam ambos pela relação com os outros. Por um lado na assunção da obediência, percebendo como as crianças o fazem que é essa obediência que nos aumenta a liberdade. Mas é difícil ser-se adulto e ao mesmo tempo criança e obediente. Por outro lado pelo entender daqueles que nos criticam e aparentemente não gostam de nós. Afinal de contas são os que são feridos e se sentem e reagem contra o nosso orgulho. Se entendermos isso e se perdoarmos, talvez consigamos ser mais humildes sem deixar de dizer cantando a toda a gente.
(artigo publicado no "A União" na Segunda-Feira, dia 25 de Fevereiro de 2008, por Tomaz Dentinho)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

6º dia da Romaria

Depois destes 5 dias de romaria, hoje começa o 6ª dia, o 1º dos restantes dias deste "ano quaresmal". É a partir deste dia que o verdadeiro romeiro dá o seu testemunho, onde quer que vá, com quem quer que fale.

O video acima foi filmado no escuro da noite, como escuro está o coração de muitas pessoas que, por esta ou aquela razão, não o querem abrir para Cristo e sua Mãe Maria Santissima. Quem sabe, na oração ouvida não sintam, de novo, o Seu chamamento.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Apenas...

E em jeito de interregno durante os próximos 5 dias, aqui fica uma imagem, não para contemplar ou adorar (como é obvio) mas sim, para pensar...não na imagem mas sim n´Ele.

Entrada nas Igrejas


1. Dai-nos licença, Senhora , Rainha Imaculada,
Para que entremos agora, em vossa santa morada.

2. Senhora, dai-nos licença, aos tristes filhos de Adão,
Para que em vossa presença, vos faça nossa oração.

3. Entrai pecadores, entrai, p’ra ver a mãe de Jesus,
E água benta tomai, fazei o sinal da cruz.

4. Quero pôr-me a vossos pés, hoje pela primeira vez,
Rainha dos altos céus, nossa mãe e de Deus.

5. Ajoelhai, pecadores, com os joelhos no chão.
Assim fez o redentor pela nossa salvação.

Estado do tempo para os próximos dias

Apesar deste sitio não ser sobre meteorologia, aqui fica a previsão para os próximos dias. Assim, quer as familias, quer quem nos apoia em todas as vertentes deste romaria, poderão ter uma ideia do tempo que iremos apanhar. Aparentemente, a chuva não será muita.
Rezemos então um Pai Nosso e uma Avé Maria pelas familias de todos.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

"ser" Romeiro

Ser romeiro não é um estado de alma ou um estado de espírito. Ser romeiro é um chamamento que Cristo nos faz ao ouvido como que a dizer “… vem e segue-me.” E assim durante uns dias seguimo-Lo. São dias de intenso fervor onde, entre as madrugadas frias e as tardes quentes, descobrimos o poder da Oração.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Previsão meteorológica


Como o titulo indica, esta é uma mera previsão para os dias 20 a 22, por agora...mas promete. A pluviosidade varia entre os 0.5 e 0 1 pelas 20:00 de 4ª feira. A humidade é que ronda entre os 55 e os 100.

Saida...

É já na próxima 4ª feira pelas 03:00, com a celebarção da eucaristia, que o rancho começa a sua 2ª romaria.
A quem nos quiser acompanhar nesta saida com a presença na eucaristia, as portas da igreja estão abertas a todos.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Orações a Nossa Senhora III


Oração de S. Bernardo
Lembrai-vos, ó piíssima virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, implorado o vosso auxilio e reclamado o vosso socorro, fosse por vós desamparado.
Animado eu, pois, com igual confiança, a ti Maria, entre todas singular, como a mãe recorro, de vós me valho, e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés.
Não desprezeis as nossas súplicas, mas dignai-vos ouvi-las propicia, e concede-nos o que vos pedimos. Amen.

(excerto do guia deste ano)

Orações a Nossa Senhora II



Ó Senhora minha!
Ó Senhora minha ó minha mãe, eu me ofereço todo a vós, e, em prova da minha devoção para convosco, me consagro neste dia e para sempre os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo meu ser.
E porque assim sou todo vosso, ó incomparável mãe, guardai-me e defendei-me como coisa e propriedade vossa.
Lembrai-vos que vos pertenço, terna mãe Senhora nossa. Ah! Guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa.
(excerto do guia deste ano)

Aproveitemos este dia para rezarmos pelos irmãos que nestes dias andam pelos caminhos de São Miguel, orando e rezando por todos "nós". E são tantos os "nós" que nem sequer imaginam quantos rezam por eles.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Orações a Nossa Senhora I


Acto de consagração a nossa Senhora

Diante de Deus uno e trino, entrego-me em abandono filial a Maria, para me dedicar inteiramente ao serviço da Igreja.
Consciente da minha liberdade e da minha condição de filho de Deus e, ao mesmo tempo, profundamente convencido da minha miséria espiritual, desejo, na actitude
de pobre do evangelho, mendigo de Deus, e a exemplo do Apostolo S. João, viver em comunhão com Maria.
Confio que vivendo assim no meu coração, ela me faça viver à imagem e semelhança de seu filho, que foi obediente à vontade do Pai até à morte e morte de Cruz.
Acredito que, deste modo e por fim, já não serei eu que vivo mas Cristo que viverá em mim e por mim. Ámen.
(excerto do guia para este ano)

Oração de introdução à Avé-Maria


Bendita a hora e o dia, em que o Anjo São Gabriel desceu dos céus à terra, anunciando estas doces palavras: Ave-Maria…

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Percurso da romaria


No primeiro dia, 20 de Fevereiro, segundo Hélio Ávila, mestre do rancho, pelas 03h00 da madrugada haverá a celebração de uma eucaristia na Igreja da Nossa Senhora da Conceição, e uma hora depois está marcada a saída do rancho dos romeiros daquele Santuário, seguindo as igrejas e ermidas das seguintes localidades: Desterro, São João de Deus, Lameirinho, São Rafael, Lapinha, Posto Santo, Penha de França, Irmãs Franciscanas, Terra Chã, Quinta do Galo, Cantinho, São Mateus, São Bartolomeu, Cinco Ribeiras e Santa Bárbara, num total de 37Km.

No dia seguinte, continuam pelas Doze Ribeiras, Serreta, Raminho, Altares, Biscoitos, Quatro Ribeiras e Agualva, num raio de 36Km.

Quanto ao itinerário do dia 22, começa pela Vila Nova, São Brás, Fontinhas, Santa Luzia, Santa Rita, Facho, Misericórdia da Praia, Matriz da Praia, Casa da Ribeira, Cabo da Praia e Porto Martins, totalizando 39Km. Nesta última freguesia haverá um encontro com as famílias para mudança de roupa.
No dia 23, sábado, a caminhada segue pela Fonte do Bastardo, Ribeira Seca, Caminho da Vila/Barraca e São Sebastião, compreendendo 28Km.

No último dia, 24 de Fevereiro, a Maria Vieira marca o local de saída, seguindo Porto Judeu de Baixo, Nossa Senhora da Esperança, Canada das Vinhas, Ermida das Mercês, Igreja da Feteira, Ladeira Grande, Santo Amaro, São Luís, São Bento, Boa Viagem, Misericórdia de Angra, Castelo de São João Baptista, São Pedro, Santo António, no Monte Brasil, com jantar em família; Santa Luzia, ‘Mónicas’, Seminário, Sé, e, por fim, Conceição com celebração de eucaristia.
(parte da noticia escrita no Jornal " A União")

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE O PAPA


"Cristo fez-Se pobre por vós» (cf. 2 Cor 8, 9)"

Queridos irmãos e irmãs!

1. Todos os anos, a Quaresma oferece-nos uma providencial ocasião para aprofundar o sentido e o valor do nosso ser de cristãos, e estimula-nos a redescobrir a misericórdia de Deus a fim de nos tornarmos, por nossa vez, mais misericordiosos para com os irmãos. No tempo quaresmal, a Igreja tem o cuidado de propor alguns compromissos específicos que ajudem, concretamente, os fiéis neste processo de renovação interior: tais são a oração, o jejum e a esmola. Este ano, na habitual Mensagem quaresmal, desejo deter-me sobre a prática da esmola, que representa uma forma concreta de socorrer quem se encontra em necessidade e, ao mesmo tempo, uma prática ascética para se libertar da afeição aos bens terrenos. Jesus declara, de maneira peremptória, quão forte é a atracção das riquezas materiais e como deve ser clara a nossa decisão de não as idolatrar, quando afirma: «Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Lc 16, 13). A esmola ajuda-nos a vencer esta incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. Tal é a finalidade das colectas especiais para os pobres, que são promovidas em muitas partes do mundo durante a Quaresma. Desta forma, a purificação interior é corroborada por um gesto de comunhão eclesial, como acontecia já na Igreja primitiva. São Paulo fala disto mesmo quando, nas suas Cartas, se refere à colecta para a comunidade de Jerusalém (cf. 2 Cor 8-9; Rm 15, 25-27).
2. Segundo o ensinamento evangélico, não somos proprietários mas administradores dos bens que possuímos: assim, estes não devem ser considerados propriedade exclusiva, mas meios através dos quais o Senhor chama cada um de nós a fazer-se intermediário da sua providência junto do próximo. Como recorda o Catecismo da Igreja Católica, os bens materiais possuem um valor social, exigido pelo princípio do seu destino universal (cf. n. 2403).
É evidente, no Evangelho, a admoestação que Jesus faz a quem possui e usa só para si as riquezas terrenas. À vista das multidões carentes de tudo, que passam fome, adquirem o tom de forte reprovação estas palavras de São João: «Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus?» (1 Jo 3, 17). Entretanto, este apelo à partilha ressoa, com maior eloquência, nos Países cuja população é composta, na sua maioria, por cristãos, porque é ainda mais grave a sua responsabilidade face às multidões que penam na indigência e no abandono. Socorrê-las é um dever de justiça, ainda antes de ser um gesto de caridade.
3. O Evangelho ressalta uma característica típica da esmola cristã: deve ficar escondida. «Que a tua mão esquerda não saiba o que fez a direita», diz Jesus, «a fim de que a tua esmola permaneça em segredo» (Mt 6, 3-4). E, pouco antes, tinha dito que não devemos vangloriar-nos das nossas boas acções, para não corrermos o risco de ficar privados da recompensa celeste (cf. Mt 6, 1-2). A preocupação do discípulo é que tudo seja para a maior glória de Deus. Jesus admoesta: «Brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai que está nos Céus» (Mt 5, 16). Portanto, tudo deve ser realizado para glória de Deus, e não nossa. Queridos irmãos e irmãs, que esta consciência acompanhe cada gesto de ajuda ao próximo evitando que se transforme num meio nos pormos em destaque. Se, ao praticarmos uma boa acção, não tivermos como finalidade a glória de Deus e o verdadeiro bem dos irmãos, mas visarmos antes uma compensação de interesse pessoal ou simplesmente de louvor, colocamo-nos fora da lógica evangélica. Na moderna sociedade da imagem, é preciso redobrar de atenção, dado que esta tentação é frequente. A esmola evangélica não é simples filantropia: trata-se antes de uma expressão concreta da caridade, virtude teologal que exige a conversão interior ao amor de Deus e dos irmãos, à imitação de Jesus Cristo, que, ao morrer na cruz, Se entregou totalmente por nós. Como não agradecer a Deus por tantas pessoas que no silêncio, longe dos reflectores da sociedade mediática, realizam com este espírito generosas acções de apoio ao próximo em dificuldade? De pouco serve dar os próprios bens aos outros, se o coração se ensoberbece com isso: tal é o motivo por que não procura um reconhecimento humano para as obras de misericórdia realizadas quem sabe que Deus «vê no segredo» e no segredo recompensará.
4. Convidando-nos a ver a esmola com um olhar mais profundo que transcenda a dimensão meramente material, a Escritura ensina-nos que há mais alegria em dar do que em receber (cf. Act 20, 35). Quando agimos com amor, exprimimos a verdade do nosso ser: de facto, fomos criados a fim de vivermos não para nós próprios, mas para Deus e para os irmãos (cf. 2 Cor 5, 15). Todas as vezes que por amor de Deus partilhamos os nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude de vida provém do amor e tudo nos retorna como bênção sob forma de paz, satisfação interior e alegria. O Pai celeste recompensa as nossas esmolas com a sua alegria. Mais ainda: São Pedro cita, entre os frutos espirituais da esmola, o perdão dos pecados. «A caridade – escreve ele – cobre a multidão dos pecados» (1 Pd 4, 8). Como se repete com frequência na liturgia quaresmal, Deus oferece-nos, a nós pecadores, a possibilidade de sermos perdoados. O facto de partilhar com os pobres o que possuímos, predispõe-nos para recebermos tal dom. Penso, neste momento, em quantos experimentam o peso do mal praticado e, por isso mesmo, se sentem longe de Deus, receosos e quase incapazes de recorrer a Ele. A esmola, aproximando-nos dos outros, aproxima-nos de Deus também e pode tornar-se instrumento de autêntica conversão e reconciliação com Ele e com os irmãos.
5. A esmola educa para a generosidade do amor. São José Bento Cottolengo costumava recomendar: «Nunca conteis as moedas que dais, porque eu sempre digo: se ao dar a esmola a mão esquerda não há de saber o que faz a direita, também a direita não deve saber ela mesma o que faz » (Detti e pensieri, Edilibri, n. 201). A este propósito, é muito significativo o episódio evangélico da viúva que, da sua pobreza, lança no tesouro do templo «tudo o que tinha para viver» (Mc 12, 44). A sua pequena e insignificante moeda tornou-se um símbolo eloquente: esta viúva dá a Deus não o supérfluo, não tanto o que tem como sobretudo aquilo que é; entrega-se totalmente a si mesma.
Este episódio comovedor está inserido na descrição dos dias que precedem imediatamente a paixão e morte de Jesus, o Qual, como observa São Paulo, fez-Se pobre para nos enriquecer pela sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9); entregou-Se totalmente por nós. A Quaresma, nomeadamente através da prática da esmola, impele-nos a seguir o seu exemplo. Na sua escola, podemos aprender a fazer da nossa vida um dom total; imitando-O, conseguimos tornar-nos disponíveis para dar não tanto algo do que possuímos, mas darmo-nos a nós próprios. Não se resume porventura todo o Evangelho no único mandamento da caridade? A prática quaresmal da esmola torna-se, portanto, um meio para aprofundar a nossa vocação cristã. Quando se oferece gratuitamente a si mesmo, o cristão testemunha que não é a riqueza material que dita as leis da existência, mas o amor. Deste modo, o que dá valor à esmola é o amor, que inspira formas diversas de doação, segundo as possibilidades e as condições de cada um.
6. Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma convida-nos a «treinar-nos» espiritualmente, nomeadamente através da prática da esmola, para crescermos na caridade e nos pobres reconhecermos o próprio Cristo. Nos Actos dos Apóstolos, conta-se que o apóstolo Pedro disse ao coxo que pedia esmola à porta do templo: «Não tenho ouro nem prata, mas vou dar-te o que tenho: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda» (Act 3, 6). Com a esmola, oferecemos algo de material, sinal do dom maior que podemos oferecer aos outros com o anúncio e o testemunho de Cristo, em cujo nome temos a vida verdadeira. Que este período se caracterize, portanto, por um esforço pessoal e comunitário de adesão a Cristo para sermos testemunhas do seu amor. Maria, Mãe e Serva fiel do Senhor, ajude os crentes a regerem o «combate espiritual» da Quaresma armados com a oração, o jejum e a prática da esmola, para chegarem às celebrações das Festas Pascais renovados no espírito. Com estes votos, de bom grado concedo a todos a Bênção Apostólica.

Vaticano, 30 de Outubro de 2007.
BENEDICTUS PP. XVI

Romarias

E agora que entrámos na Quaresma, nunca é demais pedir que não nos esqueçamos e oremos pelos nossos irmãos romeiros que a partir do próximo sábado irão palmilhar a ilha de São Miguel, rezando por todos.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Quarta-feira de cinzas – início da Quaresma

Em complemento do artigo anterior, aqui fica o que um irmão Romeiro escreveu a respeito deste dia.
A palavra Quaresma é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, nós os católicos, realizamos a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, e conversão espiritual. Ou seja, todos nós devemo-nos aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Somos todos os anos convidados a fazer-mos uma comparação entre as nossas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e um crescimento pessoal. Cada um de nós deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objectivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.
A Quaresma é também um período propício à introspecção, um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar a vinda do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente cada um de nós renasce, com Cristo.
Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.

Quarta-feira Cinzas

Quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos ( que não são incluídos na Quaresma); ela ocorre quarenta e quatro dias antes da Sexta-feira Santa contando os domingos. Seu posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de fevereiro até a segunda semana de março.
A quarta-feira de cinzas cai nas seguintes datas nos anos seguintes:
2009 - 25 de fevereiro
2010 - 17 de fevereiro
2011 - 9 de março
2012 - 22 de fevereiro
2013 - 13 de fevereiro
2014 - 5 de março
2015 - 18 de fevereiro
2016 - 10 de fevereiro
2017 - 1 de março
2018 - 14 de fevereiro
2019 - 6 de março
Alguns cristãos tratam a quarta-feira de cinzas como um dia para se lembrar a mortalidade da própria mortalidade. Missas são realizadas tradicionalmente nesse dia nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo o padre administrando a cerimônia. O padre marca a testa de cada celebrante com cinzas, deixando uma marca que o cristão normalmente deixa em sua testa até o pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Oriente Médio de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante a Deus (como relatado diversas vezes na Bíblia). No Catolicismo Romano, é um dia de jejum e abstinência.
Como é o primeiro dia da Quaresma, ele ocorre um dia depois da terça-feira gorda ou Mardi Gras, o último dia da temporada de Carnaval. A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas, começando a quaresma já na segunda-feira anterior a ela.
(texto retirado do Wikipedia)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Santa Teresa D `Avila

Para além de todo o historial sobre esta santa que poderão consultar aqui, fica também uma pequeno oração, a qual também iremos cantar nas eucaristias durante a romaria:

Nada te turbe,
Nada de espante,
Quem a Deus tem
Nada lhe falta.

Nada te turbe,
Nada de espante
Só Deus basta.

Na verdade, nos dias que correm, precisamos muito que nada nos pertube, nada nos espante afinal...quem a Deus tem nada lhe falta e só Ele basta. Fiquemos com esta oração nos nossos corações e cantemo-la no silêncio das nossa almas.