quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ceia de Natal

Na celebração do Nascimento de Jesus, um dos símbolos que melhor se adaptou nos hábitos familiares, é a Ceia do Natal. Não fosse a Família a pequenina “Igreja Doméstica”, onde por lagos séculos se aprendia a viver o Cristianismo, com o leito materno e o colo das mães.
Mesmo que muitas famílias, ditas não praticantes, possam ter, por preguiça ou materialismo, deixado de participar na Eucaristia dominical, não deixam de; à sua maneira viver a “Liturgia familiar” da Ceia do Natal, pois causa primeira da sua existência é a Natividade do Menino, que deu origem a uma data nova, pela qual nos encontramos em 2009 d. C.
Não deveria ser uma simples satisfação do apetite de comer. Mas a Ceia da Festa do Presente, que Deus melhor nos ofertou: o Seu Filho, nascido da Virgem Maria, cujo Mistério de Salvação continua a realizar-se no coração dos que O acolhem em suas vidas.
Ceia do Natal! O importante não é o peru, introduzido na Europa em 1525, vindo da civilização Azteca, do México do Sul. Nem o Bacalhau, que desde as viagens dos Côrte-real, para a banda da Terra Nova, no início do século XVI, os portugueses se habituaram a ter no prato da consoada.
E, que depois de um jejum de dez anos, os acordos de pesca nos permitem irem pescar de novo uns quilitos, para saborear na próxima Ceia do Natal. A não ser que outros, prefiram o polvo e as rabanadas, as filhós e as fatias douradas, sem faltar o bolo-rei, etc.
Mas nada disso é Ceia do Natal, se as pessoas não se sentarem à mesa, com os sentimentos de Família a celebrar o encontro entre o Céu e a Terra, o Divino e Humano, que nos traz o Nascimento desta Criança, tão incómoda, ainda, para os Herodes dos nossos dias.
Se a Ceia de Natal familiar, ela própria é um ritual doméstico de profundo significado cristão. Quanto mais se a Ceia se realiza numa Assembleia de Cristãos (Igreja), à volta do Altar da Eucaristia, numa Ceia Eucarística a que chamamos de “Missa do Galo”, cujo nome nos vem de Toledo (século V), pelo costume se oferecerem aos mais pobres a dita ave, para melhorar o jantar do dia de Natal.
Um Santo Natal para todos!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Introdução feita aquando da recitação do terço por parte do Rancho de Romeiros

Terça-feira dia 8 de Dezembro de 2009

"Dia de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, Padroeira desta Paróquia e Padroeira do Rancho de Romeiros desta ilha Terceira, anteriormente conhecida como Ilha de Jesus Cristo.

Terça-feira, dia no qual a recitação do terço é dedicado aos Mistérios Dolorosos. Estes 5 mistérios retratam a Paixão de Jesus Cristo. Por coincidência ou talvez não, espelham o final da Quaresma, sendo esta altura uma das poucas vezes em que os Romeiros aparecem publicamente. Mas tal como Cristo no Horto das Oliveiras, oram por intercessão de Maria, ao Pai por todos nós, nos caminhos que percorrem. Não para se mostrarem, mas sim para mostrar Aquele que seguem que é Jesus Cristo. Não com presunção, mas sim com humildade, tal como Nossa Senhora que veneramos. Não como passeio, mas sim como penitência, propiciação, expiação, sacrifício. Estes 5 mistérios são comparáveis aos 5 dias de romaria. Cada dia é um mistério e ao fim dos 5 dias o “Mistério” revela-se a todos nós por obra e graça do Espírito Santo.

Mistérios Dolorosos que nos relembram as horas de agonia e sacrifício que Jesus Cristo passou por nós todos, mas que nos devem fazer lembrar que foi na hora derradeira que Ele nos deu “aquela Mulher” para ser a Mãe de todos nós, mas que nos devem também fazer lembrar que amanhã serão os Mistérios gloriosos, que amanhã teremos a recompensa, a Vida Eterna no céu junto a Ela."
Um irmão romeiro como os demais

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

As romarias são como os cogumelos

"A que sabem os cogumelos se as papilas gustativas não detectam qualquer sabor ou paladar específico, se aparentemente, não têm sabor ou se o têm, é tudo menos isso, é tudo menos sabor?
Será porque o verdadeiro sabor que realmente possui só é apreciado e degustado no subconsciente de cada um?
Será porque são apenas e tão só uns meros fungos que se multiplicam em condições especiais e peculiares?
Três perguntas que ficam no ar para os que apreciam cogumelos mas, três perguntas que tentarei responder como romeiro (no individual), humilde e pecador mas seguidor de Cristo.

Tal como os cogumelos, também as romarias não têm um sabor específico ou um paladar definido que se possa traduzir em palavras ou expressões perceptíveis a quem nunca viveu a experiência de uma romaria. Apenas poderei dizer como Mem “Como são doces, ao meu paladar, as tuas palavras! Mais doces do que o mel para a minha boca” cf Sl 119,103

Tal como os cogumelos, também as romarias tem um verdadeiro sabor, mas esse sabor só é apreciado e degustado dentro da alma de cada um, como o sal por exemplo, onde cada um de nós é que sabe a sua medida. Nós todos somos o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. cf Mt 5,13
Tal como os cogumelos, também as romarias vão trazendo (ano após ano) novos irmãos nestas ilhas com condições especiais e peculiares. Atrevo-me a dizer “especiais” porque são ilhas no meio do Atlântico e “peculiares” porque cada uma das nove ilhas do Arquipélago tem particularidades únicas. E com Maria, mãe de Deus feito Homem, todos unidos pelo mesmo sentimento, entregamo-nos assiduamente à oração, como irmãos que somos. cf Act 1,14"
Artigo publicado no Jornal "A União" no passado dia 7 do corrente.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

SANTUÁRIO DA CONCEIÇÃO Representação de jóia com imagem da Padroeira


A fachada do Santuário de Nossa Senhora da Conceição terá em exposição uma imagem gigante representativa de uma jóia com a figura da Padroeira de Portugal. Trata-se de uma relíquia trazida de Lisboa pelo empresário da loja local “Do que Eu Gosto”.

Data do século XVIII e foi trazida de Lisboa para Angra do Heroísmo, a título de empréstimo. A jóia pintada à mão sobre marfim, rodeada de pedras preciosas, tem como figura central a imagem de Nossa Senhora da Conceição.
A sua representação estará em exposição na fachada do Santuário da Conceição, em Angra do Heroísmo, a partir de hoje, sendo constituída por duas imagens separadas, presas por pendões, que terão mais de dois metros e meio de comprimento e um metro e meio de largura.
A iniciativa surge por obra do empresário da loja local “Do que Eu Gosto”, localizada na Rua da Palha, no âmbito da festa dedicada à Imaculada Conceição, assinalado a 8 de Dezembro, feriado nacional.
“Pretende-se trazer mais gente ao centro da cidade de Angra; chamar a população nesta época de Natal”, diz Lourenço Aguiar, sobre os objectivos principais, revelando que a sua ideia inicial incluía, para além da exposição da representação da jóia, um desfile de cavalos e uma parada que mobilizaria o corpo de bombeiros, vários cavaleiros, os forcados e taxistas locais, à semelhança do que diz acontecer em Espanha e outras cidades do continente português.
“Não foi possível avançar com essa ideia este ano, talvez para 2010”, acrescenta.
Contudo, apesar da não realização desse conjunto de actividades destinadas a dinamizar a cidade de Angra do Heroísmo e o comércio tradicional, a pro-actividade de Lourenço Aguiar, em parceria com outras entidades, resultou não só na exposição da imagem na fachada do Santuário da Conceição mas também na mostra da jóia na montra principal da Açoriana Seguros, na Rua da Sé, a partir do próximo dia 8, terça-feira.
“A iniciativa resultou de uma união de esforços entre diferentes empresas”, considera o empresário, sublinhando que se trata de uma relíquia de preço elevado, descoberta por acaso numa ourivesaria situada na capital portuguesa.
“O proprietário prontificou-se a colaborar com a minha ideia, que surgiu no momento em que vi a jóia à venda”, conta.
Assim, conforme explicou Lourenço Aguiar, o projecto contou com o apoio dos amigos José Diogo, Raul Rego, e as empresas O Fotógrafo, Açoriana Seguros e Angra2000, no transporte e seguro da antiga preciosidade, sendo que esta última loja avançou com a impressão da imagem em tamanho muito superior ao que inicialmente seria possível efectuar pagamento.
“Foi uma surpresa muito agradável”, remata o empresário.

FOTO: José Gabriel/ O Fotógrafo

Imaculada Conceição



Foi no Concílio de Toledo, em 656, que se fixou a sua festa a 8 de Dezembro, estando presentes bispos de cidades, que mais tarde formariam parte de Portugal. Com a Idade Média, a Europa de Santo António de Lisboa e da Rainha Santa Isabel, e as populações peregrinavam até aos santuários marianos, sem medo dos laicistas, sem nome nem pátria nem Deus.

Tempos outros, em que a aventura das Descobertas, fez aportar, a estas Ilhas e aos demais territórios ultramarinos a devoção trazida da Terra de Santa Maria, defendida pela valentia do agora reconhecido, São Nuno de Santa Maria, de cuja Casa, na Restauração, se retira a coroa dos reis para a oferecer à Imaculada Conceição, como Padroeira de Portugal (25 de Março de 1646), muito com o apoio dos franciscanos.

Mais dois séculos passaram até que o Papa Pio IX, recebidas 603 cartas dos bispos de todo o mundo, aceite e proclame o que há muitos séculos o povo cristão acreditava como Imaculada Conceição. Nunca os católicos se sentiram órfãos da Mãe de Jesus, o verdadeiro Filho de Deus, feito Homem, que ofereceu a Sua Vida pela Salvação de todos, mesmo dos não crentes.

De todas as condições sociais e latitudes, não faltam os que ao longo dos tempos A invocaram. Até o apunhalado Gabriel Garcia Moreno (1821 – 1875), três vezes eleito presidente do Equador, não deixava de A invocar. “Deus não Morre” disse ao ser assassinado ao entrar no seu palácio presidencial, em Quito, pelos inimigos da Fé.

Angra que desde 1476, por ordem de Álvaro Martins Homem, edificou a primeira ermida, depois igreja e, hoje, Santuário de Nossa Senhora da Conceição.

Os brasileiros bem que a veneram, como o nome de Nossa Senhora da Aparecida, dadas as circunstâncias da descoberta de uma Imagem da Imaculada Conceição. Um entre tantos os nomes da ladainha de Santa Maria, rezada ou canta nos mais diversos sotaques e linguarejares.
Não lhe faltem os peregrinos, angrenses ou de outras paróquias da Ilha ou de forasteiros. E que, para o próximo ano não se esqueçam do centenário da sua electrificação.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Romeiros, uma escola de fé que se faz caminhando, qual Caminho de Emaús

Artigo públicado no Jornal "A União" de hoje:

"No Evangelho de São Lucas, capítulo 24 e no texto que vai do versículo 13 ao 35, é-nos contada uma caminhada peculiar. Uma caminhada (qual romaria), em que num diálogo franco e aberto Jesus Cristo ressuscitado vai explicando os mistérios da Sagrada Escritura a dois discípulos seus, quando estes iam caminhando na aridez da tristeza de Jerusalém para Emaús, após terem vivenciado o martírio d`Ele. Eles falavam-Lhe como se soubessem tudo, no entanto, já que não conseguiam reconhecer a Fonte de toda a vida e já que não O reconheceram, pouco ou nada sabiam. Tal como muitos de nós (muitas vezes), pensamos que sabemos tudo, mas desconhecemos, ainda, o que o Senhor pode fazer por todos nós, pois Ele é uma resposta que por vezes parece não agradar a uma sociedade como a nossa, encantada com tudo o que aprendeu, sabe fazer e possui. Poderá parecer fora de moda e retrogado para uma sociedade com estas características, mas quando Deus fala com alguém (e Ele fala sempre com aquele ou aquela que abre o seu coração para tal), uma sensação diferente toma conta do interior dessa pessoa.

Tal como no Caminho de Emaús, não pretendemos estar na vida impávidos e serenos como se permanecêssemos presos à cruz, há espera que algo extraordinário aconteça. Caminhamos irmão a irmão, lado a lado, como se fossemos as pernas de Cristo. Como se (numa transposição no tempo), caminhássemos com Ele durante a Sua romaria publica. Não Aquele que foi crucificado, mas sim Aquele que após a paixão e morte, ressuscitou e caminhou lado a lado, irmão a irmão, com os dois discípulos sem que estes O tivessem reconhecido. No entanto, tal como eles, ainda que muitas vezes não O consigamos ver, vamos caminhando, orando, meditando e alimentando a fé, criando assim, bases o mais sólidas possíveis dessa mesma fé. Durante a romaria abrimos o nosso coração o mais possível a Ele, na esperança que Ele nos transforme interiormente, aos poucos que seja, dia após dia, ano após ano, escutando-O no silêncio da oração. É escutando-O que aprendemos, é escutando-O na oração do irmão que caminha ao nosso lado que poderemos almejar a transformação interior, aos poucos que seja, dia após dia, ano após ano.
Ele, Nosso Senhor Jesus Cristo vai sempre connosco, não só porque "Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles." (Mateus 18:20), mas também porque “Não se nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (São Lucas 24:32).
É caminhando lado a lado com Cristo, no longo caminho da vida de Emaús, que tentamos nesta escola de fé, transformar a nossa aridez interior, a nossa cegueira aparente, em algo muito melhor, como se no meio do deserto mais seco e desolado deparássemos com um oásis húmido e sombreiro."

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Artigo antigo mas que vem a propósito...


Quando terminou a Romaria de Nossa Senhora da Conceição no passado Domingo foi agendada uma reunião de análise e prospectiva para a passada terça feira no salão paroquial daquela Igreja.Não faltou nenhum dos romeiros para além do “nosso irmão” de São Miguel que, naturalmente, teve de regressar à sua ilha. Éramos vinte e quatro e desta vez todos fizeram a análise e prospectiva da primeira romaria da Ilha Terceira desde que acabaram há cento e cinquenta anos.
Todos foram unânimes na revolução interior e exterior que a romaria produziu. Em cada um de nós criou-se um novo espaço para a mensagem de Jesus Cristo por intercessão de Nossa Senhora. Para o exterior registaram-se com agrado os testemunhos de simpatia e sintonia entre os romeiros, as suas famílias e o povo da Ilha Terceira.
Um dos pontos positivos mais importantes foi a estreita ligação entre o seminal movimento dos romeiros da Ilha Terceira e o clero da ilha. Primeiro porque foi o Padre Francisco Dolores que estimulou e orientou a criação do rancho de romeiros. Segundo porque foi o diácono Dinis Silveira que acompanhou com entusiasmo a romaria. Finalmente porque foram os párocos das diversas paróquias por onde a romaria passou que esclareceram as pessoas da passagem da romaria e mobilizaram a hospitalidade de que qualquer movimento nómada carece.
Também foi muito boa a liderança do mestre, Hélder Ávila, e do contramestre, Dinis Silveira de acordo com as opiniões de todos. E dá algum trabalho essas funções de orientação espiritual e logística do rancho. Na parte espiritual foi necessário organizar o pequeno livro que nos servia de cábula nas orações de entrada, estada e saída das igrejas e ermidas, preparar e expor as reflexões para cada dia, e mobilizar e coordenar a participação de cada um nas reuniões de partilha que se foram fazendo. Na parte logística foi importante escolher os caminhos e os seus tempos, orientar as ofertas de dormidas e de refeições e perceber a dinâmica do rancho para marcar os descansos e os andamentos.
Alguns dos romeiros que foram de opinião que cada um deveria levar a sua saca com comida para os vários dias de romaria e não planear ou aceitar as dádivas de refeições que foram chovendo ao longo do percurso.
Segundo eles isso permitia uma caminhada mais pessoal e recolhida. No entanto não foi isso que aconteceu pois a lógica de pôr tudo em comum e de organizar as refeições com algum planeamento acabou por resultar em refeições à mesa, majestosamente servidas pelos diversos dadores.
Se houve aspectos que podem e devem ser corrigidos são os relacionados com a caminhada. Pensámos mal quando julgámos que a volta às ermidas e igrejas da Ilha Terceira se poderia fazer em quatro dias. Para cento e cinquenta quilómetros e mais de cem igrejas e ermidas, onde de reza durante um quarto de hora, são necessários cinco dias. E se quisermos visitar algumas ermidas do mato valerá a pena chegar aos seis dias.
Mas o importante foi aquilo que ficou pensado para o futuro. A próxima reunião será no dia 18 de Abril no Centro Paroquial da Igreja da Conceição às 20 horas. E para essa reunião deverão ir todos os romeiros e também aqueles que querem integrar uma nova romaria no próximo ano. O repto já foi lançado para o Ramo Grande mas todos ficaram com a ideia de que é possível atingir cinco ou seis ranchos de romeiros na Ilha Terceira dentro de pouco tempo. Também de falou na participação dos romeiros nas peregrinações ao Santuário da Serreta e no apoio ao lançamento das romarias em outras paragens certamente com o suporte dos irmãos mais experientes de São Miguel. São Jorge, Pico e Faial justificam uma retoma das romarias e também o Continente Português precisa ouvir mais as Ave Marias dos Romeiros dos Açores nos caminhos para Fátima.
22/03/2007 - 17:32
Fonte: A União (http://www.auniao.com/)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Justo e os dois pecadores caminham lado a lado na romaria


Artigo publicado no Jornal "A União" de hoje.
Cristo foi crucificado entre dois pecadores. Lemos em Lucas 23:32-43 que os outros dois homens, ambos criminosos, também foram crucificados, um a direita, e o outro a esquerda da cruz de Jesus. Um dos criminosos blasfemou contra Jesus, dizendo-lhe "Se tu é o Cristo, salva-se a si mesmo e a nós". Mas o outro criminoso repreendeu-o dizendo: "Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? Nós, estamos na verdade justamente, porque recebemos o que merecem as nossas acções, mas este não fez mal nenhum.” Então disse: "Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino", Ao qual Jesus lhe respondeu: "Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no paraíso".
Na minha modesta opinião de leigo, por vezes ponho-me a pensar sobre essa passagem da Bíblia (entre muitas outras) e na sua transposição para as romarias quaresmais. Não que com isto queira dizer que os Romeiros são super-homens e que nas romarias transportam a Cruz do Senhor (O Justo), nada disso. No entanto, cada um de nós para além tomar a sua cruz (Mt 10,38; Mc 8,34; Lc 9-23, - 14,27), também nas orações pedidas toma um pouco da cruz de quem nos pede (pecadores), e estes, ao orarem também por nós (pecadores), tomam um pouco da cruz de cada um de nós. Sem querer fugir ao raciocínio inicial, deparo-me com o facto de nestes dias, as romarias conseguirem por muitas pessoas a orarem uns pelos outros, como irmãos que somos perante Deus, como irmãos que devíamos ser todo o ano.
Voltando ao inicio do parágrafo anterior e partindo do que está preconizado nos Estatutos “O rancho deverá ser formado com os Romeiros em duas alas (…)”, assim os romeiros agem e seguem a Cruz de Cristo que vai à frente dessa forma, como se (por alguns dias) personificassem um pouco esses dois pecadores, ou seja, uns à direita e outros à esquerda da cruz. Dois pecadores que a meu ver, e sem querer parecer mais do que aquilo que sou (apenas um entre os demais), representam mais do que apenas dois pecadores, representam sim, o estado da humanidade perante Deus Nosso Senhor, isto é, um dos pecadores rejeitou-O e o outro aceitou-O.
Nessa transposição (simbolicamente falando), também nós todos estamos representados nesses dois pecadores e como tal, devemos fazer uma escolha, melhor dizendo, temos a obrigação de fazer uma escolha definitiva e não deambular entre a rejeição e a aceitação, conforme dê jeito. A escolha está entre aceitar Jesus e um dia estarmos junto a Ele no paraíso para sempre ou não aceitarmos Jesus e ficarmos condenados a uma separação dele para sempre.
Como Cristãos que somos, antes de tudo o mais, já fizemos a escolha definitiva no baptismo e na sua confirmação. Como Romeiros que tentamos ser na quaresma e nos restantes dias do ano pretendemos, não só reconfirmar essa escolha definitiva, como também ajudar a que outros cristãos reconfirmem, seja através da oração, da participação da Eucaristia Dominical ou outro meio cristão que lhes avive a chama que está lá, dentro de cada um, ainda que possam pensar que não, já que, e como disse um dia o poeta “Amor, é fogo que arde sem se ver (…)”, e que melhor amor que o do Pai Eterno, que arde dentro de nós (seus filhos) sem que por vezes o vejamos ou sintamos.
Afinal Jesus Cristo quando morreu na Cruz tomou como seus os nossos pecados. Morreu para que eles fossem eliminados para todo o sempre e abriu caminho para a graça divina da salvação para que todos aqueles que se arrependem e aceitam o sacrifício de Jesus Cristo, “ressuscitem no 3º dia”.
Apesar da Cruz na maioria das vezes simbolizar o sofrimento de Jesus Cristo (a Via Sacra), também simboliza a salvação universal trazida por Ele a todos nós (a Via Lucis). Deste modo, essa cruz de condenação de Cristo tornou-se também o símbolo da salvação universal. Deste modo a Cruz que seguimos, tem essa duplicidade impregnada, ou seja, a morte (do corpo) mas também a ressurreição (da alma) de todos nós que O seguimos.
Desta forma, agimos e seguimos a Cruz de Cristo em duas alas, para onde quer que Ela nos encaminhe (e encaminha-nos sempre para o Pai), não como adorno ou amuleto, mas sim como sinal de serviço de dar a vida pelos outros, como Cristo deu (Mc 10-42-45, Jo 13,1-17), de orar por todos os pecadores, como Cristo orou (Lc 22-32) e de fazer a vontade de Deus, com Cristo fez (Mt 26,42, Lc 22,42).

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fazer bem o sinal da Cruz


“Se fazes o sinal da Cruz, fá-lo bem feito. Não seja um gesto acanhado e feito à pressa, cujo significado ninguém sabe interpretar. Mas uma autêntica cruz, lenta e ampla, da testa ao peito, dum ombro ao outro.

Sentes como ela te envolve todo?

Recolhe-te bem. Concentra neste sinal todos os teus pensamentos e todos os teus afectos, à medida que o vais traçando da testa ao peito e dum ombro ao outro. Sentilo-ás então a penetrar-te todo, corpo e alma. A apoderar-se de ti, a consagrar-te, a santificar-te. Porquê?

É o sinal do Todo, o sinal da Redenção. Nosso Senhor remiu todos os homens na cruz. Pela cruz santifica o homem todo até à última fibra do seu ser.

Por isso o fazemos antes da oração para que nos componha, recolha e fixe em Deus o nosso pensamento, coração e vontade. Depois da oração, para que nos fortaleça, No perigo, para que nos proteja. Ao benzermo-nos, para que a plenitude da vida divina penetre na alma e fecunde e consagre quanto nela há.

Pensa nisto sempre que fazes o sinal da cruz. É o sinal mais santo que exista. Fá-lo bem: devagar, rasgado, com atenção. Envolver-te-á assim todo o ser, corpo e alma, pensamentos e vontade, sentidos, potências e acções e tudo nele ficará fortalecido, assinalado pela virtude de Cristo, em nome de Deus uno e trino” (Romano Guardini).

terça-feira, 13 de outubro de 2009

“As romarias servem também para isso. Para nos rirmos de nós”


Artigo publicado no Jornal "A União" de 10 do corrente mês.


“Deus não nos ama apenas, Deus é louco por nós, ao ponto de nos levar a seguir o seu filho Jesus Cristo apaixonadamente, como crianças atrás de um sonho.”

Começo mais um artigo com este pensamento, também ele louco (muito possivelmente), após ter (re) lido um artigo que o irmão Tomáz Dentinho escreveu neste jornal no dia 22 de Fevereiro de 2007. Li-o porque, em termos de Rancho de Romeiros, é conveniente guardar todos os artigos publicados que falam sobre os mesmos, mais que não seja, para memória futura.
Ao (re) lê-lo, sorri um pouco (para não dizer que dei uma grande gargalhada) com duas frases que o irmão escreveu, a saber:
“O Hélder Ávila, que é chefe de escuteiros e que tem bons contactos com os Romeiros da Paróquia do Rosário na Lagoa, o Gonçalo Forjaz que já participou numa romaria pelo rancho de São José, e eu, que também andei pelos maravilhosos caminhos de São Miguel guiado pelo rancho de São Pedro.” e “Haverá quatro reuniões até partirmos e todas elas são importantes para que tudo corra bem.”.
Na verdade, dei uma valente gargalhada, não por gozo, escárnio ou mal dizer (e que me perdoe o irmão Tomáz se o ofendo com esta observação), mas sim porque, só mesmo Deus para ser louco o bastante, ao ponto de ter conseguido levar um punhado de homens a palmilhar os caminhos desta ilha (de Jesus, por sinal), após uma mão cheia de reuniões preparatórias e pouco mais e (a bem da verdade) com a pouca experiência desses 3 grandes irmãos em comunhão com os restantes que na altura terão sentido o chamamento Divino.
Como crianças atrás de um sonho, apesar de todas as adversidades, as explicações científicas “bem fundamentadas” e outras tolices mais ou menos tolas (passo a redundância), foi (e será sempre) “a Fé permite reconhecer que Alguém nos ama e entender a sensações de dor e de alegria; a Fé dá-nos a sensação de que esse Alguém nos dá em abundância criando-nos a disposição para agradecer essa dádiva; a Fé dá a força para aderir a Cristo e romper com aquilo que nos escraviza; a Fé gera santos que fizeram e fazem bem a muita gente; a Fé, finalmente, dá força a esses santos para que saltem para o absoluto que é Deus.” – Palavras do irmão Tomaz no seu artigo de 23 de Abril de 2007.
Só mesmo Deus infinitamente Pai por amor a todos nós seus filhos para, “após um calvário lá para os lados” da Agualva na 1ª romaria onde, no meio de algures numa noite escura, termos completado mais um dia no qual, apesar da “fé ter sido leve”*, sairmos com a fé reforçada e cheios desse amor de Pai.
Só mesmo Deus, na sua eterna justiça divina ter escolhido estes Homens para fazer ressurgir este movimento da sua Igreja nesta ilha quando podia ter escolhido outros. Mais uma vez Deus, tal como fez com o seu filho, escolheu pessoas simples e quase incógnitas do meio da sociedade para este ressurgimento, quando podia ter escolhido outras pessoas, mais conhecidas ou com estatuto, por exemplo.
Como crianças atrás de um sonho, e ao ritmo do tempo de Deus que não é igual ao nosso, estes irmãos, aos poucos vão trazendo outros tantos, não para segui-los mas sim para segui-Lo.
Deus não nos ama apenas, Deus é louco por nós, ao ponto de ter aberto a mão e deixado o seu filho Jesus Cristo morrer na cruz por todos nós. No entanto, essa morte, citando Walter Wink num livro que não sei precisar o nome disse “Matar Jesus foi como tentar destruir um dente-de-leão assoprando-o”.
Termino com mais uma passagem fabulosa do irmão Tomáz no seu artigo de 23 de Abril de 2007.
“Finalmente é fundamental rirmo-nos de nós próprios. Reconhecer a estupidez que esteve por detrás de muitas zangas. Admitir a cobardia que alimentou muitos orgulhos. Relativizar medos e explicitar mentiras. Ao fim e ao cabo fazer silêncio para nos vermos de fora. As romarias servem também para isso. Para nos rirmos de nós.”


* - Adaptação de uma afirmação proferida pelo irmão Pires Borges no tempo, curta, clara e concisa mas sem duvida alguma mais profunda que esta minha longa opinião.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O “Ano Quaresmal” do Romeiro

Artigo publicado no Jornal "A União" no passado Sábado.
“A Vida não faria sentido, se não houvesse a morte desta para o nascimento da outra (a Eterna), através da Ressurreição.”

É com este meu “devaneio” que começo mais um pequeno artigo de opinião. (*)

Existem várias designações de Ano. Temos o ano bissexto, o ano lectivo, o ano civil ou o ano litúrgico entre outros.
Para nós, Romeiros que damos a cara, o corpo e sobretudo a alma por Cristo e Sua Mãe Maria Santíssima no Rancho, pautamos a nossa vida pelo que poderá designar-se como “Ano Quaresmal”.
Cristãos como somos, os 40 dias (como nos recorda a Igreja e aprendemos na Catequese), servem de preparação para a grande Festa da Páscoa, o acontecimento mais importante do ano cristão e da nossa fé. No entanto, esta preparação deve acontecer, antes de tudo mais, no nosso interior, no nosso coração, na conversão pessoal e comunitária, sendo que, é dentro de nós (e não fora!) que tudo se decide na nossa vida.
Mas que significado tem para todos nós a Quaresma?
A Quaresma não é apenas para cumprir calendário, nem tão pouco para se fazer tempo até chegar o Domingo de Páscoa, para então beijar a cruz, ter um repasto de arromba e de seguida uns sais de fruto.
Para que a Quaresma faça sentido, devemos sentir-nos pequeninos e com necessidade de Deus. A Quaresma é sobretudo para quem se sente pecador (e quem não o é?), ou seja, frágil e pequeno diante de Deus, porque a Quaresma é um tempo de olhar para nós mesmos, para a vida (a nossa vida), para aquilo que só nós e Deus sabemos (e Deus conhece-nos melhor do que nós próprios) e juntos (eu e Deus) procurámos um caminho de arrependimento, de perdão e de graça.
No entanto, na sociedade em que vivemos, onde quase tudo já não é considerado pecado, então a Quaresma, na verdade, não faz sentido nem tem lugar e apenas serve (como disse mais acima), para cumprir calendário.
A Quaresma, no entanto, como proposta de conversão é que faz todo o sentido e toda a lógica. Cada quaresma é única, nova, renovadora e não existem duas iguais. Ainda que a parte visível da nossa Quaresma (como romeiros) sejam apenas e tão só 5 dias, os outros 35 não são esquecidos ou postos de parte. É nesta particularidade, que quando terminamos este singular retiro, que se desenrola, não entre quatro paredes, mas sim no meio do mundo que nos rodeia, e apesar de tentarmos diariamente agir como Cristãos (que somos) através de várias formas, sejam atitudes pessoais (nos pequenos gestos do dia a dia de renuncia e partilha) ou comunitárias (participando na eucaristia, na reconciliação ou outras) a verdade é que (como humanos que somos) durante o ano que decorre entre cada quaresma, algumas vezes (para não dizer muitas) começamos a fraquejar, tropeçar ou eventualmente cair.
É na singularidade da romaria que “recarregamos as baterias”, aproveitando o silêncio, a meditação, a oração, o estudo e a acção para os restantes dias do “Ano Quaresmal”.
Para terminar convido todos os leitores que queiram participar na próxima romaria a comparecerem no dia 21 de Outubro pelas 20:00 no edifício da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, localizado na Rua do Cruzeiro para a reunião de Rancho.


(*) Artigo de opinião o qual, apesar de ser referente aos Romeiros no seu geral, não passa de um mero artigo de opinião pessoal, ou seja, é apenas um ponto de vista de um “irmão romeiro como os demais” e não uma opinião do Rancho de Romeiros.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Reuniões preparatórias para a Romaria de 2010


As reuniões acima mencionadas decorrerão no edificio de catequese da paroquia, sito na Rua do Cruzeiro, com inicio pelas 20:00.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Reunião de Romeiros

Informam-se todos os irmãos e eventuais interessados de que o Rancho de Romeiros irá recomeçar as suas reuniões preparatórias para a saída na Quaresma no ano de 2010, no próximo dia 23 do corrente, no edificio da Igreja da Conceição sito na Rua do Cruzeiro.
Qua

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O silêncio na caminhada do Romeiro

Artigo publicado hoje no Jornal "A União"

“O silêncio tem duas faces. Tanto pode ser ensurdecedor ao ponto de romper os tímpanos, como pode ser sublime ao ponto de elevar a alma a Deus.”
É com este meu pensamento modesto (já que sem o apoio do Espírito Santo, nada consigo escrever), que hoje gostaria de vos falar sobre o silêncio que é praticado na caminhada de uma Romaria.

Vivemos num mundo cheio de sons, os quais em vez de se unirem harmoniosamente, se dessincronizam criando não música mas barulho.
Vivemos numa era onde aparentemente há horror ao silêncio, como tal não podemos, nem nos deixam, apreciar a beleza do silêncio. O silêncio não é apenas a ausência de sons ou ruído, o silêncio, acima de tudo, é algo que temos de construir dentro de nós.
Neste mundo onde reina o barulho incómodo, os ruídos estridentes, ou os sons inoportunos, é salutar à mente e á alma criar-se tempo e espaço, onde o silêncio seja Rei e Senhor, onde sintamos ao de leve os “escutos” de Nossa Senhora, os segredos de Jesus Cristo e os sussurros de Deus, pois é no silêncio que Ele nos fala e se nos revela (Cf. 1Rs 19,11-13).
Nós (meros pecadores), durante a romaria e para além da recitação do terço em voz audível, melancólica mas melodiosa, também temos uma quota-parte desse silêncio benéfico e salutar. Também tiramos tempo ao tempo e damos espaço ao espaço para exercitarmos o dom que provem do silêncio, tão importante quanto a prática da palavra.
Como citei mais acima, é no silêncio orante das nossas vidas que Deus se revela e nos fala. Ele quer dialogar connosco como nós queremos dialogar com os nossos amigos, mas se não temos tempo para conversar com Ele, para ouvi-lO, será justo da nossa parte querermos que Ele nos ouça?
Se desejamos ardentemente o dialogo com Ele (e até muitas vezes prometemos fazer isto ou aquilo, como se de uma troca de favores se tratasse), porque será que na maioria das vezes apenas queremos um monólogo a dois?
Poderemos dizer (a nós mesmos) que o excesso de tarefas diárias leva-nos a isso, mas essas desculpas também podem ser uma fuga para não dialogarmos com Ele e connosco mesmos. Engraçado que encontramos sempre tempo para tudo, menos para Deus.Atrevo-me a dizer (e contra mim falo) que, se calhar muitos de nós, durante 365 dias, apenas tiramos 5 dias para dialogarmos com Ele, num diálogo aberto e franco. No entanto, tal como uma pedra que é lançada á agua, são criadas “ondas de propagação” dentro de nós, dentro das nossas almas, que nos levam a desejar durante os restantes 360 dias, tirarmos tempo ao tempo e darmos espaço ao espaço, para novamente dialogarmos com Ele. Talvez seja esse bichinho (benéfico) que nos vai corroendo por dentro, que leva muitos de nós, ano após ano a voltar, a deixar tudo para trás para, nesses momentos de oração e silêncio entre irmãos, podermos de uma forma, “talvez” mais Cristã, voltar ao Pai por breves segundos (da eternidade Divina) e alimentarmo-nos do preciosíssimo corpo e sangue de Jesus Cristo. Cristo que é o verdadeiro modelo dos cristãos na atitude de silêncio orante (Cf. Mt 14,23; Mc 1,35; Lc 9,18; Jo 6,15). Ele que veio para manifestar o mistério da salvação de Deus, “envolvido em silêncio” nos séculos eternos (Cf. Rm 16,25). Que todas as comunidades aprendam, pois, de novo a ser silenciosas e voltem a percorrer o caminho de Cristo, na intimidade mais profunda com o Pai e na plenitude mais viva do Espírito Santo.
Termino esta já longa “divagação” convidando todos os homens de Fé e Esperança a participarem na próxima romaria, para viverem este e outros mistérios de Deus Nosso Senhor.

“O silêncio é oração...”

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A recitação do terço do rosário num Rancho de Romeiros



Artigo publicado no jornal "A União" no passado Sábado dia 1 de Agosto.


“Durante os longos dias de caminhada, a nossa alma sustenta-se no poder da recitação do terço”.

Esta minha pequena afirmação, ainda que possa parecer para a maioria das pessoas, uma frase feita ou uma frase pomposa cheia de folhos mas vazia de conteúdo ou significado, está completamente enganada. Não que nós sejamos diferentes, nada disso, mas todos aqueles que, em romaria, peregrinação ou no dia a dia recitam o terço, sentem precisamente o mesmo.

Dia após dia, o terço vai rodando na mão vezes sem conta, enquanto contamos as contas que o terço tem. Tal como o mundo que vai girando sem fim, assim é o nosso terço durante estes dias, enquanto que a Cruz, essa permanece de pé, sem vacilar. O terço é quase como uma extensão da Cruz onde cada um de nós, nas suas orações desempenha um papel de “Cirineu” em relação a Cristo. Não só aliviamos as Suas dores como especialmente as de todos nós/vós, meros pecadores.
A recitação do terço, quase ininterruptamente durante a caminhada, torna os quilómetros em metros, torna as passadas cansadas em passadas de descanso, torna visível o invisível.
A recitação do terço propicia assim uma atitude muito simples, que faz com que, ao mesmo tempo que pronunciamos com os lábios as Ave-Marias, o fundo do nosso coração fica unido ao Senhor. Deus chama-nos deste modo a rezar esta oração vocal mantendo o coração numa simples atenção amorosa para com Ele, em Jesus, com Maria.
Depois desta breve introdução das graças obtidas na oração, e ainda que a recitação do terço feita por nós seja um pouco diferente, essa diferenciação apenas se prende na tradicional “Avé-Maria dos Romeiros” cantada num ritmo lento onde cada silaba tem um peso e o tom de voz é triste e melancolico, é o reflexo da viagem sacrificial que fazemos, é o reflexo do Calvário, da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta Avé-Maria dolente, movida pela aflição e pela fé de cada um, dos seus, do mundo e dos pedidos que são feitos ao rancho, promove o reencontro entre todos os irmãos na sua expressão mais simples, a humildade. A oração promove, igualmente, o nosso/vosso reencontro com Deus. Oração muitas vezes sofrida, mas sentida. Muitas vezes chorada, mas cheia de esperança. Muitas vezes muda, mas cheia de fé. Recitamos o terço desta forma porque, como romeiros, existimos materialmente apenas na quaresma, exteriorizando a nossa fé, ainda que espiritualmente vivamos o resto do ano uma romaria mais interiorizada.
Termino dizendo que, como Romeiro que cada um de nós é (Cristão, mesmo o que aparentemente possa não crer), “vivemos no Sábado, o dia sem nome. Vivemos entre a Sexta-Feira Santa e o Domingo de Páscoa, vivemos entre a promessa e o cumprimento da mesma.”* assim, durante este Sábado (que me atrevo a chamar de Sábado da Esperança) de caminhada, sustentemos a alma com a recitação do Terço.


* Excerto retirado do livro de Philip Yancey “O Jesus que eu nunca conheci”

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A simbologia do traje de Romeiro

Artigo publicado no jornal "A União" de hoje.

"Depois de três anos de romarias pelos caminhos desta Ilha Terceira (após um longo interregno nas mesmas), ainda constato que muito boa gente nos vê como pessoas um pouco diferentes, não seria exagero se dissesse que nos vêm como pessoas malucas, não só por “andarmos de madrugada até ao fim do dia sempre a rezar” como principalmente “pela maneira ridícula” de nos vestirmos. Quanto a isso, e no meio de um terço cantado, ainda ouço alguém dizer:
-Olha, levam um xaile e um lenço como a minha avó usava (risos), ou,
- Olha aqueles ali, parecem uns camelos com uma bossa nas costas (risos) ou ainda,
- De bordão na mão deviam era ir trabalhar nas vacas (risos).

Poderia ainda enumerar mais alguns apelidos ou imagens cheias de imaginação com que somos conotados, no entanto, esta minha opinião não é para julgar aqueles que não sabem o porquê desse mesmo traje, mas sim para elucida-los (para além dos muitos anónimos que nos estimam, acarinham e nos pedem orações) sobre o significado simbólico que está patente para além da roupa, que nos reporta na sua totalidade à Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual seguimos humildemente a Sua Cruz durante os dias de romaria, em penitência dos pecados pessoais, dos nossos familiares, dos que nos pedem e dos de todo o mundo.

Quando apareceram os primeiros ranchos de romeiros há séculos atrás, o traje que usavam teve a sua origem nas necessidades puramente físicas do romeiro em peregrinação pela Ilha. O bordão servia para o apoio em caminhos inóspitos e acidentados. O xaile e o lenço para os proteger do frio e das intempéries que se faziam sentir, principalmente nas madrugadas, no entanto, no tempo quaresmal, dada a estação do ano, por vezes esse frio e chuva fazia-se sentir durante todo o dia. O lenço também servia, nos dias quentes e solarengos para proteger as cabeças do sol abrasador que por vezes se faz sentir. Quanto à saca ou cevadeira, servia para transportar alguns alimentos para os dias de romaria assim como alguma muda de roupa. Para além disso levavam dois terços, sendo um ao pescoço e outro na mão oposta ao do bordão. Ontem como hoje, este trajar manteve-se inalterado, salvo pequenas adaptações á realidade dos nossos dias.

Com o decorrer dos tempos, ainda que não se consiga precisar quando, esta maneira peculiar de trajar, passou a ter um significado místico-religiosa. Cada uma dessas peças passou a ter um simbolismo dentro da Paixão de Cristo, a saber:
- O bordão relembra-nos o ceptro entregue a Nosso Senhor Jesus Cristo pelos romanos aquando do Seu julgamento por Pôncio Pilatos (quando lhes mostrou Jesus Cristo coroado de espinhos, com uma cana verde nas mãos a servir-lhe de ceptro);
- O xaile simboliza a túnica de Jesus Cristo (São João 19 1Então, Pilatos mandou levar Jesus e flagelá-lo. 2Depois, os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura; 3*e, aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salve! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.”);
- O lenço simboliza a coroa de espinhos, usada por Jesus Cristo (São João 19 5Então, saiu Jesus com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!»);
- A saca ou cevadeira simboliza a cruz de madeira, carregada por Cristo até ao Calvário (São João 19 17Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota, 18onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. 19*Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.»);
- O terço do rosário simboliza a união entre os membros do rancho de romeiros e é utilizado para a oração no decurso da romaria (O terço é cantado e rezado com concentração, força e devoção. Rezar é uma forma de mostrar louvor a Deus. É uma acto de fé).

Termino desejando que com estes esclarecimentos, nos anos vindouros, quem nos vê como pessoas um pouco diferentes, já nos veja com outro olhar, neste culto predominantemente Mariano e que (quem sabe) se junte a nós numa próxima Quaresma, trajando toda esta carga simbólica em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Mãe Maria Santíssima."

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O Romeiro e o mistério das romarias

Artigo publicado no passado dia 1 do corrente no jornal "A União"


O que levará um punhado de homens a abdicarem do conforto caseiro pelas adversidades do tempo no dia a dia?
O que levará homens de barba rija a trajarem roupas de aspecto antigo e a beirar quase o ridículo, segundo os padrões dos nossos dias?
O que levará uma mão cheia de homens a levantarem-se pela madrugada, caminharem até ao entardecer e durante vários dias consecutivos?
O que levará estes degredados filhos de Eva a pararem, cantarem e rezarem, quer chova ou faça sol em todas as casas de Nossa Senhora da ilha onde caminham?
O que levará estes filhos de Deus a passarem pelos dedos contas do terço ininterruptamente?

Sinceramente, deve ser algo quase transcendente, sem ser milagroso.
Sinceramente, deve ser alguma coisa que, em vez de os cansarem a cada passada que dão, ajuda-os a caminhar o dobro.
Sinceramente, deve haver algo mais que o meramente visível e palpável para eles abdicarem de tudo e de todos, e entrarem num retiro tão peculiar como este que é passado ao ar livre.
Sinceramente, deve ser uma experiência fabulosa e gratificante para, ano após ano, voltarem à estrada com um sorriso nos lábios e um brilho especial nos olhos.

Definitivamente a Sagrada Família caminha lado a lado com eles.
Definitivamente o Divino Espírito Santo ilumina-os.
Definitivamente Deus Nosso Senhor está especialmente com eles.

Posto isto, estas interrogações, afirmações e divagações, chego à conclusão (ousada por certo) que os Romeiros, são uma devoção Mariana, impregnados do aroma das brumas que cobrem as ilhas.
Posto isto, estas interrogações, afirmações e divagações, chego à conclusão (ousada por certo) que a Irmandade dos Romeiros, foi talhada no tempo e no espaço do basalto rude e negro de que é constituído o arquipélago para um propósito superior.

Por último, o mistério das romarias e dos homens que as fazem, reside no simples facto de que, por imensos oceanos que se escrevam sobre o assunto (como este), são apenas pequenas gotas de orvalho matinal, contrastando com o mar aberto e profundo das emoções sentidas e vividas por cada romeiro.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Apresentação do Livro


“É POSSIVEL VIVER ASSIM?”
UMA ESTRANHA ABORDAGEM À
EXISTÊNCIA CRISTÃ
Volume II — Esperança
Luigi Giussani


No próximo dia 26 de Junho,
pelas 15H00, será realizada a apresentação
do livro É possível viver
assim?, da autoria de Luigi Giussani,
a qual terá lugar no anfiteatro
do Pico da Urze da Universidade
dos Açores.
A apresentação do livro será feita
pelo Padre João Seabra, pároco
do Movimento Comunhão e Libertação
em Portugal.
“É POSSIVEL VIVER ASSIM?”
UMA ESTRANHA ABORDAGEM À
EXISTÊNCIA CRISTÃ
Volume II — Esperança
Luigi Giussani

No próximo dia 26 de Junho,
pelas 15H00
, será realizada a apresentação
do livro É possível viver
assim?, da autoria de Luigi Giussani,
a qual terá lugar no anfiteatro
do Pico da Urze da Universidade
dos Açores.

A apresentação do livro será feita
pelo Padre João Seabra, pároco
do Movimento Comunhão e Libertação
em Portugal.

É possível viver assim? mostra-nos de forma espontânea, séria e leal que a descoberta
da vida como "vocação" não se produz por dedução ou pensamento desligado da
existência, mas que é revelada por uma experiência vivida segundo a razão iluminada
pelo Mistério.
O livro acompanha o itinerário percorrido durante um ano por Don Luigi Guiussani,
em diálogo com uma centena de jovens, decididos a comprometer a sua vida com
Cristo na forma de dedicação total ao Mistério e ao seu destino na história: aquilo que
a Igreja chama "virgindade".
Nesta obra quis-se manter o tom e o estilo desses diálogos, uma vez que testemunham
um modo valioso de encarar a vocação – vista como o problema humano por excelência
– e também a maturidade de convicção e afecto que pode suscitar em cada um.
Don Luigi Guiussani leva-nos a compreender a fé cristã como algo interessante, e,
mais ainda, como o destino da vida.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Fátima continua a revelar coisas que eram secretas para nós


"Estive em Fátima nos primeiros dias do mês de Maio num retiro do Movimento Comunhão e Libertação. No ambiente de Fátima é mais fácil rezar. Na circunstância de um retiro é mais fácil pensar. E foi entre o rezar e o pensar que passei aqueles três dias de sol, de peregrinos e de Nossa Senhora. Se repararmos na multidão de pessoas diferentes que por ali passaram naqueles dias é manifesto que o sentido religioso está presente em todos homens. E quando por vezes estamos mais distraídos ou mais medrosos, há sempre alguma coisa bem real que nos remete para o mistério. No mistério somos de facto um só. Basta olhar para o lado, ou nem sequer olhar mais sentir que a perplexidade face ao mistério é partilhada por todos os que estão à nossa volta. Esse sentimento parece mais presente naqueles lugares de peregrinação mas a razão dá-nos a certeza de que essa mesma unidade misteriosa com todos os homens se verifica em todos os tempos e todos os lugares.
É nessa inevitabilidade de partilha e união misteriosa que é sentida a necessidade de perdão e comunhão; e espantosamente de libertação. O momento para a decisão da confissão, que se segue a tempos mais ou menos longos de angústia e arrependimento, é sempre repentino, como se a busca de perdão e de comunhão fosse ajudada pela Graça. O problema é que estamos longe dos tempos, dos espaços e das predisposições onde essa Graça é mais fácil de entender. Não dá jeito aqui e agora, e assim vamo-nos privando da alegria imensa e certa que a liberdade traz. É por isso que são importantes os silêncios e as caminhadas a que a Igreja vai chamando de retiros e peregrinações.
Neste retiro que vos falo houve três aulas de apresentação e uma aula para responder a dúvidas. Pelo meio houve espaço para pensar, para rezar e também para conversar. E nunca destoa um pastel de nata num daqueles cafezinhos que foram surgindo em Fátima a acompanhar sistematicamente o aumento dos peregrinos e a redução da sua sazonalidade. A primeira aula foi sobre a Circunstância. E o recado resume-se ao facto de que “as circunstâncias pelas quais Deus nos faz passar são factores essenciais e não secundários na nossa vocação”. E justificou dizendo que “se o Cristianismo é o anúncio de que o Mistério encarnou, então a circunstância é um factor crucial do testemunho de Deus. E concretiza que “a crise, o terramoto, as mais diversas formas de dor, e as leis que deixaram de defender o bem” são parte inolvidável dessa circunstância de que não podemos e não devemos fugir. Mas dá-nos esperança dizendo - num perfeccionismo de linguagem de raiz italiana - que a vida não é uma tragédia que faz acabar o tudo no nada; pelo contrário a vida é dramática porque é a relação entre o nosso eu e o tu de Deus. Deus que, paradoxalmente, nos chama através da circunstância. Só assim se entende a dor e o sofrimento: pelo espectáculo da Ressurreição depois de uma semana de Paixão; pela maravilha do amor que surge da circunstância de um terramoto; pela alegria mais corriqueira de uma boa nota depois do esforço do estudo. “Comovemo-nos e, por isso, movemo-nos”, também ouvi dizer por lá.A segunda aula teve que ver com a clarificação de que o Cristianismo não se restringe a uma ética do bem e do mal, ficando para a ciência a definição do verdadeiro e do falso. Essa visão do iluminismo restringe o Cristianismo ao sentido religioso presente em todos os homens, e ofusca a visão de Cristo na realidade da nossa circunstância. In extremis anula a incarnação de Nosso Senhor, impede-nos ver o testemunho de Deus no mundo e distrai-nos da sede de infinito de cada homem com a sua circunstância. Como é que caímos neste engano de separar o bem da verdade quando são os factos que nos comovem são os que movem o coração que tem sede de infinito?
A terceira aula foi sobre como a obediência ao coração nos transforma em co-criadores. Não há dúvida de que Fátima continua a revelar coisas que eram secretas para nós!"
Texto retirado daqui da autoria de Tomáz Dentinho

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Feliz 35º Aniversário



Fará no próximo Domingo (dia 19 de Abril) 35 anos que Francisco Dolores Monteiro Borges de Medeiros foi ordenado Padre. Ordenou-se em 19 de Abril de 1974, na Matriz de Nossa Senhora da Assunção de Vila do Porto.

O Rancho de Romeiros vem aqui desejar-lhe publicamente um Feliz Aniversário e que Nosso Senhor o Ajude sempre a levar este rebanho de católicos pelos caminhos rectos da Santa Igreja e que o Espirito Santo o ilumine como até agora o tem iluminado.

Convidam-se, igualmente, todos os Cristãos a comparecerem na missa do próximo Domingo pelas 12:00, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição. Melhor do que qualquer prenda material, ver a "sua paróquia cheia até à cunha" será um modo de agradecermos tudo o que ele tem feito em nome de Jesus Cristo.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Romeiros da Sagrada Familia




I
Pelas cinco da madrugada
Cheios de esperança e devoção
Puseram-se todos à estrada
Os Romeiros da Conceição

II
Quatro de S. Miguel vieram
Quatro da Ilha Graciosa
Os outros restantes eram
Desta Ilha tão maravilhosa

III
E os outros três que me faltavam
Que sempre nos acompanharam
Com grande amor e fé
São a razão do meu ser
È a força do meu viver
Que é Jesus, Maria e José

IV
Ser Romeiro é partilhar
È ser Cristão e ter confiança
É ter muito amor para dar
E no futuro muito esperança

V
Visitamos todas as igrejas
Nalgumas ajoelhamo-nos a teus pés
Meu Deus, bendito e louvado sejas
Por serdes misericordioso como és

VI
E depois de muito andar
Com sacrifício, mas com alegria
A Santa Bárbara fomos pernoitar
No final do primeiro dia

VII
Ò meus Deus, ó meu Jesus
Como sóis bom do coração
Deixastes-te pregar na Cruz
Pela nossa Salvação

VIII
Jesus é paz, Jesus é amor
Jesus é vida, Jesus é alegria
Jesus é Filho do Nosso Senhor
Que nos céus nos unirá um dia

IX
Maria que um dia chorou
Quando alguém crucificou
O seu único e amado filho, Jesus
Rogai por nós, os Romeiros
Que um dia seremos os primeiros
A ajudar-te a levar a Cruz

X
E no final do segundo dia
Com muito amor e alegria
À Agualva fomos dormir
Com algum cansaço, mas confiança
E novamente com muita esperança
Que um novo dia iria surgir

XI
Andamos de noite, andamos de dia
Percorremos ruas, canadas e outeiros
Fizemos uma grande romaria
Somos aqueles a quem chamam romeiros

XII
Rezar, na verdade um dever é
O terço á virgem com alegria
Manterás acesa a tua fé
E viverás melhor cada dia
Importante também seria
Recordar com muito amor

O filho da Virgem Maria
Senhor Jesus, nosso senhor

XIII
Muitas reflexões fizemos
Que tocou no nosso coração
Muitas coisas até tivemos
Dadas pelo nosso irmão

XIV
E no Porto Martins, alinhados
Depois, de algum tempo descansarmos
Para iniciar-mos a fase final do dia
Muita gente nos esperava
E era a ver quem nos levava
Para albergar a romaria

XV
Falamos de coisas banais
Falamos de coisas de mais profundo
Recordamos nossos irmãos e pais
E dos que já não estão neste mundo

XVI
E foi no final do quarto dia
Quando alguém de bom coração
Apareceu para nos dar guarida
Na sua casa em S. Sebastião

XVII
Da Maria Vieira ao farol
Como a passo de caracol
Rezando num silêncio profundo
Ai como o nosso amor a Deus mudou
Até o irmão Isaías chorou
Ao dar o seu testemunho

XVIII
Pedimos graças a Deus
Pedimos pelo nosso defunto
Pedimos pelos filhos seus
Pedimos pela paz do mundo

XIX
E quando chegamos à igreja da Sé
Meu último pedido foi feito
Para que Deus aumentasse a minha fé
E amar-lhe com maior respeito

XX
Oh meu Deus como és amigo
Como és puro do coração
Deixas-me conversar contigo
Na hora da minha oração

XXI
Pedimos pelo Papa e pelo Bispo
Pedimos pelo seminarista e sacerdote
Para quem tenham temor a Cristo
Como nós temos da morte

XXII
Nossas pernas já cansadas
Mas o coração cheio de alegria
Como é bom seguir as pegadas
Do teu filho Virgem Maria

XXIII
Um obrigado ao irmão mestre
Pela humildade que tiveste
De saber conduzir a romaria
Descanso eterno para os teus ausentes
Saúde à esposa e filhos presentes
Felicidades p`ro resto da vida

XXIV
Ao irmão contra-mestre o meu louvor
Por ele ser o nosso bom pastor
E do seu rebanho saber cuidar
Que Deus lhe conserve a sabedoria
E o amor que tem ao filho de Maria
Só como ele sabe adorar e amar

XXV
Finalmente na Conceição
Aonde a romaria começou
Quanto custou despir do irmão
Que connosco caminhou

XXVI
E para estes versos finalizar
E como era de esperar
Foi o final da Romaria
Deus vos dê saúde e sorte
Fé, esperança até á hora da morte
È o que vos pede o filho de Maria

XXVII
A todos os Irmãos Romeiros
Que percorrem vales e outeiros
Nesta caminhada espectacular
Que seja sempre louvado
Jesus Cristo crucificado
Que morreu par nos salvar

Um irmão como os demais.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

6ª feira Santa

"6ª Feira Santa
Local: Sé de Angra
Hora: 20:00

Este ano e, na denominada Semana Santa, o rancho foi agraciado com o convite para integrar as festividades deste dia, nomeadamente, a Via-sacra e a procissão do Senhor morto, um momento alto para todos nós Católicos.
Para além do dito convite, que muito nos honrou, a nós e á paroquia de onde partimos e chegamos, qual não foi o nosso espanto e regozijo de, ter cabido a nós, meras ovelhas de um rebanho maior, levarmos a imagem do Senhor morto.
Depois de mais uma romaria de fé, esperança e (re) descobertas, foi um culminar “em grande” da semana santa. Para além daqueles que a transportavam, também os irmãos que a ladeavam, sentiam nos seus corações, a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ali ia o Senhor morto mas, nos nossos corações sentíamos a Fé viva de que a Ressurreição existe, de que Jesus Cristo deu a vida por nós todos, sem excepção e sem divisões, sejam de cor, sexo, raça ou (pre) conceitos. Ali ia o Senhor morto sim mas, também nós sabemos e sentimos que, um dia morreremos desta vida para outra, mais gloriosa e com a graça de Deus, a ressurreição dos mortos."


Um irmão como os demais.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Crise e o Espirito Santo


"O Bispo de Angra e Ilhas dos Açores disse na sua mensagem de Páscoa que a solução para a crise que afecta a humanidade está no Espírito Santo. De facto foi isso que nos foi ensinado desde pequenos mas é isso mesmo que temos dificuldade de integrar no dia-a-dia das nossas vidas. Por um lado mantemos o mesmo sentido religioso que é comum a toda a humanidade. No entanto temos uma dificuldade em assumir a presença de Cristo junto de nós por intermédio do Espírito Santo. E, talvez por isso, nos custa perceber como é que a solução para a crise está no Espírito Santo, como nos anuncia e lembra Dom António.
O anúncio do parece ainda mais insólito quando confrontamos o carácter global da crise financeira e económica com o âmbito local e regional dos efeitos expectáveis das palavras do Bispo de Angra. Como é que uma crise de carácter global se resolve com a reacção dos açorianos à mensagem pascal do seu prelado? A resposta é paradoxal mas é a única possível ao desafio lançado pelo prelado. A crise só é ultrapassável se nos Açores e no Mundo formos capazes de assumir a presença vivificante de Cristo. E, se essa presença transformadora for reconhecida por cada um de nós, o testemunho que daí resultará produzirá efeitos para toda a humanidade.
As palavras do Bispo de Angra podem também ser interpretadas como uma avaliação ex-post da crise em que estamos mergulhados. A crise existe porque nos esquecemos de Cristo e a crise persistirá enquanto não nos relembramos d’ Ele. Nesta perspectiva não bastam as medidas de estímulo para repor a economia mundial propostas por Barack Obama e mais ou menos propagandeadas pelos jornalistas do sistema. Na verdade essas políticas conjunturais servem fundamentalmente para repor o sistema anterior mas não abordam as razões das suas falhas estruturais.
Podemos discutir até à exaustão quais são as causas estruturais do sistema em crise. No entanto Dom António lembra-nos que as crises existem e perduram quando esquecemos Cristo presente no meio de nós. Cristo que, conforme nos foi ensinado, é a Verdade e a Vida. E, assim perspectivado, é mais fácil identificar em que medida o sistema político e económico em que vivemos é contra a Verdade e contra a Vida, não só nos Açores mas em grande parte do mundo.
O sistema político económico é contra a verdade quando assume que é possível explicar a realidade de forma consequente apenas com os instrumentos parciais dos paradigmas científicos que, aliados às capacidades de intervenção dos mais poderosos, esquecem a dimensão cognitiva, ao mesmo tempo complementar e unificadora, da Fé. É certo que quem acredita sem razões para o fazer tende a ser idólatra; mas quem tem razões para arriscar acreditar e não o faz tende a ser supersticioso e a substituir Cristo por quimeras tão vagas, moralistas ou exclusivistas como o Farisaísmo ou Islamismo Inquisitorial, o Cientismo Falseável, o Holocausto Nazi, a Utopia Soviética, o Sonho Americano ou os Ciclos Umbilicais e Estratificados do Oriente.
De facto o sistema em que vivemos é estruturalmente contra a verdade quando não se coíbe de adulterar o sentido das palavras normalmente com a conivência dos meios de comunicação social e dos políticos. A liberdade de escolhermos o que nos liberta é substituída pela liberdade de escolha do que nos escraviza. A fraternidade que expande o amor vivido na família a toda a humanidade é transformada em elos secretos de curibecas que minam a sociedade e a família. A igualdade de todos diante de Deus é facilmente adulterada como a igualdade entre os cidadãos da mesma casta, do mesmo país e da mesma geração o que se autojustifica e mantém com a destruição e morte daqueles que excluem: as crianças, os velhos, os ciganos, os imigrantes, os africanos, os iraquianos, os palestinianos, os afegãos e por aí fora. E porque o sistema é contra a verdade é também contra a vida. E porque é contra a vida é autodestrutivo. Daí a crise intrínseca dos sistemas sem Deus como nos lembra Dom António, Bispo de Angra e Ilha dos Açores."

Um irmão como os demais

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Testemunho II


PORQUE VOLTEI À ESTRADA?

Porque voltamos à estrada apesar do desconforto, das dores, do cansaço, da fadiga e da exaustão? Porque as compensações que encontramos ao virar de cada esquina são desmesuradamente maiores.
Nesta Romaria chorei algumas vezes amargamente, outras emotivamente, outras de tristeza por me sentir tão pouca coisa mas ao mesmo tempo descobri que embora tenha 30 defeitos tenho porventura 300 virtudes (desculpem-me a imodéstia) senão o Senhor três vezes Santo não me teria feito à sua imagem e semelhança.
Essas ocorrências emocionais tinham por vezes lugar ao entrar nas Igrejas e, porquê questionava-me…Porque à medida que a Romaria ia decorrendo ia-me tornando mais sensível por encontrar Jesus em cada pessoa que me cruzava pedindo por orações, orações, orações… até uma menina de 8/9 anos me questionou se poderia orar pelo seu avô…
Devido à circunstância especial que desempenhei nesta Romaria e no contacto com as pessoas atrasava-me cerca de 200, 300 metros às vezes mais do rancho e, era aí que me emocionava fortemente, por ver ao longe o rancho e sentia o que o comum das pessoas sentia ao ver aqueles homens cantando estrada fora.
Por outro lado, ao meditar na angustia e dor de muitas pessoas que se abeiravam de mim ao ponto de me abraçarem como se fosse alguma criatura sobrenatural e mais não era que um pelintra pecador como os outros.
Eu vi o rosto do Senhor em cada rosto sofredor, tive esse privilégio e essa ventura, por isso valeu a pena porque as minhas dores comparadas com as de Jesus Cristo não são nada.

Um irmão como os demais.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Testemunho I


“Na passada 3ª feira a minha mãe ligou-me a dizer que depois de tantos exames feitos e de já estar preparada e mentalizada para a quimioterapia/radioterapia, que no dia anterior a médica tinha-lhe dito que a situação estava estabilizada, ou seja, fazer ou não fazer seria decisão dela. Como já não é teenager e estando estabilizada a situação, não será necessário fazer até que, eventualmente “desperte”. Fiquei tão feliz. Vi que as orações de todos que os que me têm apoiado, em particular na romaria "surtiram" efeito.
O que mais mexeu comigo foi o facto de que, depois da minha mãe me ter dado aquele novidade, senti na minha cabeça as seguintes palavras:
" - Não acreditas em mim? " e numa fracção de segundo ter respondido que sim.
Não sei se foi apenas sugestionado ou...algo bem mais Poderoso, no entanto obrigado a todos."

Um irmão como os demais.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Não temos tempo!


Na semana passada decorreu a terceira romaria do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Angra. Foram cinco dias a caminhar e a cantar, visitando as muitas igrejas e capelas da Ilha Terceira. Cinquenta homens a rezar cantando tentando aprender e viver aquilo que há muito se faz em São Miguel na mesma busca de sentido para a vida e de melhoria do serviço ao próximo.
Foi uma romaria com muito bom tempo mas, estranhamente, com muitas notícias de mortes e doenças de pessoas que nos eram relativamente próximas. Talvez por isso nos tenhamos apercebido do carácter marcadamente passageiro da vida terrena e da importância de viver cada momento e cada local como se fosse o último, sabendo que Deus encarnou e está ali e aqui connosco.
Uma das ideias chave com que ficámos foi de que não temos muito tempo para nos distrairmos ou divergirmos do sentido fundamental da vida. E para que nos mantenhamos atentos é muito importante a oração. Porque com Nosso Senhor temos capacidade para amar e perdoar apesar de todas as imperfeições. Porque com Nosso Senhor temos coragem para testemunhar a fé apesar do carácter falho e pecador dos protagonistas.E o testemunho dá-se na família, no trabalho e na política. Na família parece por vezes mais fácil porque é mais reconhecida a presença de Deus no meio das rotinas familiares. Basta olhar e ver. Basta alegrarmo-nos com os gestos naturais mas conscientes das pequenas dádivas. Basta, ao fim e ao cabo, transformar as rotinas em fidelidades criativas e criadoras. O facto é que não temos muito tempo para nos distrairmos dessas fidelidades simples pois rapidamente os filhos crescem e os adultos envelhecem.O testemunho no trabalho é porventura mais complicado mas é também essencial para a vida das empresas e seus fornecedores e clientes. Sobretudo é essencial para que cada um de nós conserve e promova o testemunho de Cristo nos vários aspectos da vida. É pelo testemunho que o esforço para ganhar um salário se transforma num esforço para servir os colegas de trabalho e os seus clientes. É pelo testemunho que o conflito aparente da negociação ganha sentido no processo produtivo e criativo. É também pelo testemunho de Cristo que tem fundamento a defesa da justiça e da seriedade nas actividades internas e externas das empresas.
O testemunho na política é marcado por dois dados históricos importantes. Por um lado as palavras de Cristo de dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Por outro lado o facto incontornável de que grande parte dos mártires testemunhais de Cristo resultaram do assassinato protagonizado pelos muitos Césares que se foram impondo aos povos ao longo dos tempos. Na verdade quando o poder dos Césares é exercido contra a humanidade acaba por esbarrar com os verdadeiros testemunhos de Cristo.Por isso os Césares tentam eliminar esses testemunhos por diversos meios. Primeiro pela adulteração, segundo pela tolerância, terceiro pela exclusão e, finalmente, pela execução. Adulteram quando advogam valores que desvirtuam, toleram quando se assumem superiores, excluem quando se amedrontam com a semente vivificante das minorias testemunhais, e executam quando podem fazê-lo pela calada de um aborto ou de uma eutanásia, pelo silêncio de uma emigração, pela amargura de uma destruição familiar estimulada por lares, creches e escolas sem espaço para o amor do próximo ou, in extremis, e em alguns países, pela execução sumária dos que testemunham. A tentação que os Césares têm é a mesma que temos todos os dias de querermos ser sem Deus. Não percamos tempo na busca de Ser de Deus, apesar de falhos e pecadores.

terça-feira, 31 de março de 2009

Já basta!



O nosso ilustre contra-mestre da III Romaria da Nossa Senhora da Conceição de Angra no dia do encerramento proferiu uma homilia de se tirar o chapéu, como há muito não ouvia nem via, nem pelos mais proeminentes teólogos da nossa praça e arredores, por isso a assembleia presente granjeou-o justa homenagem. Homilia desassombrada como S. Paulo.
JÁ BASTA disse, e repetiu para quem quis ouvir de sermos cristãos católicos “de meia tigela”, do “faz de conta”, de “meias tintas”.
JÁ BASTA de passivamente assistirmos de braços cruzados ao avanço desmesurado de alguns que pretendem destruir os valores da nossa cultura milenar cristã assobiando para o lado como se nada tivesse a ver connosco.
JÁ BASTA de permitirmos o avanço da desagregação da família e dos seus valores sem nada fazermos para evitar.

Que fazer?
Façamos como Jesus. E o que fazia? Amava! Amava, amou e ama de mil formas e maneiras.
Não quis ser um espectador passivo das feridas e fracassos do seu e nosso tempo, com a oferenda da sua existência, compartilhou a sorte dos pobres e solidarizou-se com a situação dos marginalizados em que se acham os excluídos da sociedade.

Que fazer?
Quando procedermos como Cristo ante os juízes e acusadores com silêncio, paciência e dignidade…
Quando soubermos perdoar como Ele perdoou
Quando soubermos calar como Ele calou
Quando não nos interessar o prestigio a não ser a glória do Pai e a felicidade dos irmãos
Quando soubermos arriscar a pele ao nos comportarmos com valentia (como o nosso bom contra mestre) e audácia como Cristo, quando estão em jogo interesses do Pai e dos irmãos, enfim,
Quando formos sinceros e verdadeiros, como foi Cristo diante de amigos e inimigos, defendendo a verdade até à exaustão ainda que à custa da própria vida (nem que nos cortem a língua) sempre pela verdade e justiça.

Jesus Cristo irá nascendo e crescendo em nós e através de nós à medida que vivamos, como Jesus Cristo, despreocupados de nós mesmos e preocupados com os demais, como Jesus que nunca se preocupou consigo mesmo, sem tempo para comer, para dormir ou descansar.

As palavras que o Padre Dinis proferiu no encerramento da nossa III Romaria não podem ficar sem eco, não podem ser mais umas. As palavras ali proferidas ainda ecoam nos nossos corações foram muito importantes para serem esquecidas, não podem ficar esquecidas, JÁ BASTA de ficarmos passivamente expectantes.
Vamos ao trabalho, arregacemos as mangas não há tempo a perder, há pouco tempo para o muito que há que corrigir e refazer.

Um irmão como os demais

quinta-feira, 19 de março de 2009

III Romaria na Terceira

No intuito de dar a conhecer a todos os que têm interesse, abaixo se publica o horário e o respectivo trajecto para este ano. Chama-se à atenção que poderá haver pequenas alterações alheias à vontade do Rancho, no que diz respeito aos horários, em especial.
ROMARIA

ROMEIROS DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
“Peregrinos do Infinito”

25-29 MARÇO
2009


CONFISSÕES (também abertas às famílias):
24-25/03/09 - 19H30 Santuário de Nossa Senhora da Conceição (segue-se a Missa)

PERCURSOS

1.º DIA - Quarta-feira 25/03/09
CONCEIÇÃO/SANTA BÁRBARA


Concentração: 3H45 (Santuário)
Missa: 4H00/4H55 (Santuário)

-Inicio da Romaria: 5H00
-Largo do Cruzeiro; Ermida do Desterro; Ermida de São João de Deus; Ermida do Bairro do Lameirinho; Capela da Casa de Saúde de São Rafael; Ermida Casa de Saúde S. Rafael; Igreja do Posto Santo; Ermida da Penha de França; Ermida “Casa das Irmãs Franciscanas” Pico da Urze/Bela Vista; Refeição: Casa das Irmãs Franciscanas (09H00)
-Reinicio: Casa das Irmãs Franciscanas; Igreja de São Carlos; Igreja da Terra-Chã; Ermida do Cantinho; Igreja Nova de São Mateus; Igreja Velha de São Mateus (13H00); Igreja de São Bartolomeu; Refeição: Casa Particular; Igreja das Cinco Ribeiras; Ermida do Porto das Cinco Ribeiras; Igreja de Santa Bárbara; Ermida de Nossa Senhora da Ajuda (19H00).
-Pernoita: Alojamento/Ceia – Casa dos Romeiros Nossa Sª da Ajuda Santa Bárbara.

2.º DIA - Quinta-feira 26/03/09
SANTA BÁRBARA/AGUALVA


-Café da Manhã (Casa dos Romeiros)
-Reinício da Romaria: 4H00
-Igreja das Doze Ribeiras; Igreja da Serreta (Santuário - 6H00)
-Igreja do Raminho; Refeição: Bombeiros Voluntários dos Altares (10H00); Igreja dos Altares; Ermida de Santo António -Biscoitos; Igreja do Caminho do Concelho 14H30 (Biscoitos); Ermida do Espírito Santo (Família Brum); Igreja do Bairro de São Pedro dos Biscoitos); Igreja das Quatro Ribeiras: Refeição (16H30); Igreja da Agualva; 19H30
-Pernoita: Alojamento/Ceia – Centro Social e Pastoral da Agualva.

3.º DIA - Sexta-feira 27/03/09
AGUALVA/ PORTO MARTINS


-Café da Manhã (Centro Social da Agualva)
-Reinício da Romaria: 4H00
-Igreja da Vila Nova; Igreja de São Brás; Igreja das Lajes; Ermida de Santo António – Fontinhas; Igreja das Fontinhas; Igreja de Santa Luzia: Refeição – Centro Paroquial; Igreja de Santa Rita (12H00); Nossa Senhora do Facho (13H30); Igreja do Senhor. Santo Cristo – Misericórdia; Igreja Matriz da Praia da Vitória: Refeição: Casa Particular – Rua Nossa Senhora da Saúde; Igreja da Casa da Ribeira; Igreja do Cabo da Praia; Igreja do Porto Martins:19H50
-Ceia: Centro Social/Comunidade do Porto Martins
-Pernoita: Alojamento/Casas particulares da comunidade – Porto Martins.

4.º DIA - Sábado 28/03/09
PORTO MARTINS/ SÃO SEBASTIÃO


-Café da Manhã/ Casas de Acolhimento
-Reinício da Romaria: 5H45 (Igreja do Porto Martins)
-Igreja da Fonte do Bastardo; (7H23) Igreja da Ribeira Seca:
Refeição: Barraca; Santinha do Mato (13H00); Ermida de Santa Ana/Missa; Refeição: Terreiro da Ermida; Igreja Matriz de São Sebastião 19H30).
-Pernoita: Alojamento/Ceia – Casas particulares da Comunidade de São Sebastião.

5.º DIA - Domingo 29/03/09
SÃO SEBASTIÃO/ ANGRA (CONCEIÇÃO)


- Café da Manhã/ Casas de Acolhimento
-Reinício da Romaria: 4H00 (Igreja Matriz de São Sebastião); Ermida da Maria Vieira (Sagrado Coração de Maria); Paragem: Farol das Contendas – São Sebastião
Partilha Colectiva (Balanço global da participação na 3ª Romaria)
-Igreja Paroquial do Porto Judeu; Ermida da Esperança; Ermida de Nossa Senhora das Mercês (Feteira); Igreja Paroquial da Feteira; Refeição: Restaurante Barrigada Comunidade da Feteira; Igreja da Ladeira Grande; Igreja Paroquial da Ribeirinha; Ermida de Santo Amaro; Igreja Paroquial de São Bento; Ermida da Boa Viagem (Corpo Santo); Ermida de Santo António (Monte Brasil);
Refeição: Confraternização com as Famílias (15H00)
-Reinício: Igreja de São João Baptista – Castelo; Igreja de São Pedro; Igreja de Santa Luzia; Capela de Seminário; Igreja da Sé; Santuário de Nossa Senhora da Conceição: 19H26
-Missa: 19h30
-Despedida dos Romeiros 20H30/21H00

quarta-feira, 18 de março de 2009

Quaresma

Foto retirada daqui

Caros Irmãos Romeiros,
Graça e Paz de Jesus!

Mais um ano se passou, desde a última caminhada que fizestes, na Quaresma anterior.
Certamente, todos nós teremos muito para corrigir ao longo deste ano que passou, e muito também para repensar, com o objectivo de seguir em frente, servindo sempre mais e melhor.
A romaria, não é apenas um caminhar com o terço na mão, pelas nossas ruas e freguesias. É muito mais do que isso: é reflexão, encontro, partilha, oração, mudança… é o nosso deserto, onde na linguagem dos homens da Bíblia, nos encontramos com Deus!
Fazer romaria, implica antes de mais disponibilidade interior, para o acolhimento: acolhimento de Deus, que se manifestará das mais diversas formas; acolhimento do irmão, que é imagem visível do Deus que amamos; acolhimento de mim mesmo, como ser frágil, caminhante, mas amado de verdade por Deus.
Quaresma é isso mesmo: 40 dias, que já estamos vivendo, e que procuram essa preparação mais intensa do nosso coração para acolher Aquele por cuja obra nos veio a salvação: Jesus Cristo.
Nestes dias que vamos caminhar juntos, iremos reflectir com S.Paulo, o grande Apóstolo de Jesus, no meio das gentes sem fé, meditaremos nos grandes pilares da nossa vida cristã, como baptizados. Todos são convidados a estarem presentes de coração e alma a estes momentos de encontro aqui, quando fizermos a reflexão, porque, ao dom da Palavra de Deus, ninguém fica dispensado de escutar e acolher. Só assim alcançaremos o sustento necessário para esta caminhada.
Com S.Paulo, rumaremos estes dias até ao nosso interior mais intimo, o homem da fé, que tantas vezes neste ano, vacilou, duvidou do poder do seu Mestre, recusou o amor, rejeitou o serviço, ou seja, o encontro com cada um de nós consigo mesmo! Isso é importante!
Estaremos sempre guiados pelo Espírito Santo, nas estradas desta ilha, rumo ao homem novo, que, se Deus quiser, no Domingo de Páscoa, nascerá com Cristo, e esvaziará o sepulcro dos caminhos trilhados longe de Jesus.
Estaremos rezando uns pelos outros, não esqueçam que há muita gente, que a partir deste momento rezará por todos vós, pelo que, devem se empenhar em aproveitar bem este tempo único de encontro e de salvação. O resto Deus providenciará.

Boa Romagem, que Deus nos acompanhe!

André Resendes
Seminarista

terça-feira, 17 de março de 2009

Romeiros de São Miguel

foto retirada daqui

Universidade dos Açores
Departamento das Ciências de Educação


Investigação em Etnografia dos Açores
Trabalho do 1º Ano de Licenciatura em Ciências da Educação (2002)
Título: Romeiros de S. Miguel
Autor: Marcia Botelho


Poderiamos aqui fazer o denominado "copy-past" do trabalho acima mencionado mas, apesar de o mesmo ser público, nada melhor do que ser visualizado onde o mesmo se encontra. Assim basta acederem a este link.
Obs: Trata-se "apenas" de mais um contributo para o estudo sobre as Romarias Quaresmais que, não sendo de autoria do rancho ou de algum irmão, não deixa de ter o seu valor.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

De volta à estrada

De 25 a 29 do próximo mês de Março o racho estará de novo na estrada numa caminhada de fé e esperança, onde dedicaremos o nosso tempo a Deus para que o mundo se volte para Ele.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Possivel definição de Romeiro (entre outras)


"O romeiro é um monge que pela Quaresma, troca a clausura do convento pela clausura do ambiente que o rodeia e na qual, consegue contemplar com a alma (os pequenos milagres de Deus) aquilo que os olhos não vêm no dia-a-dia." - Pensamento de um irmão romeiro.