terça-feira, 31 de março de 2009

Já basta!



O nosso ilustre contra-mestre da III Romaria da Nossa Senhora da Conceição de Angra no dia do encerramento proferiu uma homilia de se tirar o chapéu, como há muito não ouvia nem via, nem pelos mais proeminentes teólogos da nossa praça e arredores, por isso a assembleia presente granjeou-o justa homenagem. Homilia desassombrada como S. Paulo.
JÁ BASTA disse, e repetiu para quem quis ouvir de sermos cristãos católicos “de meia tigela”, do “faz de conta”, de “meias tintas”.
JÁ BASTA de passivamente assistirmos de braços cruzados ao avanço desmesurado de alguns que pretendem destruir os valores da nossa cultura milenar cristã assobiando para o lado como se nada tivesse a ver connosco.
JÁ BASTA de permitirmos o avanço da desagregação da família e dos seus valores sem nada fazermos para evitar.

Que fazer?
Façamos como Jesus. E o que fazia? Amava! Amava, amou e ama de mil formas e maneiras.
Não quis ser um espectador passivo das feridas e fracassos do seu e nosso tempo, com a oferenda da sua existência, compartilhou a sorte dos pobres e solidarizou-se com a situação dos marginalizados em que se acham os excluídos da sociedade.

Que fazer?
Quando procedermos como Cristo ante os juízes e acusadores com silêncio, paciência e dignidade…
Quando soubermos perdoar como Ele perdoou
Quando soubermos calar como Ele calou
Quando não nos interessar o prestigio a não ser a glória do Pai e a felicidade dos irmãos
Quando soubermos arriscar a pele ao nos comportarmos com valentia (como o nosso bom contra mestre) e audácia como Cristo, quando estão em jogo interesses do Pai e dos irmãos, enfim,
Quando formos sinceros e verdadeiros, como foi Cristo diante de amigos e inimigos, defendendo a verdade até à exaustão ainda que à custa da própria vida (nem que nos cortem a língua) sempre pela verdade e justiça.

Jesus Cristo irá nascendo e crescendo em nós e através de nós à medida que vivamos, como Jesus Cristo, despreocupados de nós mesmos e preocupados com os demais, como Jesus que nunca se preocupou consigo mesmo, sem tempo para comer, para dormir ou descansar.

As palavras que o Padre Dinis proferiu no encerramento da nossa III Romaria não podem ficar sem eco, não podem ser mais umas. As palavras ali proferidas ainda ecoam nos nossos corações foram muito importantes para serem esquecidas, não podem ficar esquecidas, JÁ BASTA de ficarmos passivamente expectantes.
Vamos ao trabalho, arregacemos as mangas não há tempo a perder, há pouco tempo para o muito que há que corrigir e refazer.

Um irmão como os demais

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