terça-feira, 12 de junho de 2012

Porto seguro


Esta imagem que se encontra no lado esquerdo do altar da Igreja da paróquia da Agualva, desde a 1ª romaria que sempre me fascinou. Não deixa de ser apenas e tão só uma imagem de Nossa Senhora com o seu filho ao colo, como tantas outras, no entanto, foi ao ver esta em particular, no final do 2º dia da 1ª romaria que o meu coração estremeceu.

Depois da saída das Quatro Ribeiras em direção à Agualva, o rancho meteu-se por um caminho diferente do previsto, afinal de contas era o 1º ano e, ainda que tenhamos lá chegado com a Sua ajuda, chegámos já ligeiramente cansados do corpo e sobretudo da alma, pelo menos eu, mas julgo não ter sido o único. Metemo-nos por caminhos belos e sublimes se fossem percorridos de dia, no entanto, tendo-os caminhado de noite, a distância parecia enorme, a escuridão punha-nos de rastos, os caminhos eram tudo menos caminhos, mas cantado cânticos dedicados a Nossa Senhora de Fátima chegámos ao destino. Chegámos e a sua porta estava aberta de par em par, a luz que de dentro irradiava, contrastava com a escuridão no exterior…não só da igreja como principalmente das nossas almas e dos nossos olhos, cegos do mundo que nos rodeia, cegos para Deus.

Lembro-me como se fosse hoje, esse encontro que com ela tive há entrada. O sorriso que esboçou foi um sorriso santo, um sorriso puro e imaculado. Ao contrário de tantas outras imagens esta olha para nós com aquele olhar de mãe. Mesmo com o filho ao colo, tem sempre uma mão para nos ajudar a erguermo-nos das faltas cometidas, da nossa fraca fé, da nossa esperança que inúmeras vezes esvoaça com uma ligeira brisa. Mesmo com o filho ao colo está ali sempre de mão estendida para todos nós. Como se isso, como se essa atitude já não fosse o suficiente, Ele também nos oferece gratuitamente o seu abraço de amor e perdão, Ele também está sempre ali de braços abertos para todos nós, muitas vezes cansados pelas nossas fraquezas.

Esta imagem transmite a tranquilidade, a serenidade e o descanso de um porto seguro em dias de tempestade.

Paulo Roldão
(um irmão romeiro, como os demais)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Templos fechados


No nosso dia-a-dia inúmeras vezes são aquelas em que encontramos as portas de muitos templos assim, fechadas. Umas, possivelmente porque a hora a que passamos ainda não foram abertas, outras porque passámos tarde demais e por fim, outras porque existe a possibilidade de serem vandalizadas.
A primeira coisa que nos vem à ideia é que “essa situação é inadmissível! Logo agora que precisava…”, no entanto, esquecemo-nos que somos nós o templo do Senhor e no qual o Espirito Santo habita em nós* . Precisamos d`Ele ali, no silêncio do sacrário e Ele está sempre ali de porta aberta para nós mas, esquecemo-nos quase sempre que, a principal porta a estar aberta é a nossa, a do verdadeiro Templo do Senhor.

* 1 Corintios 3:16
Paulo Roldão
(um irmão romeiro, como os demais)