"No seguimento de um outro artigo de opinião aqui publicado, a última frase transcrita em rodapé da autoria de um monge Cartuxo “Procuremos todos rezar mais durante o Advento, para que o Menino nos encontre olhando para Ele”, tocou nas profundezas da minha alma, qual gota de água que cai de uma folha por cima de uma ribeira, e ao tocar na sua origem expande até ao infinito visível e invisível.
Tocou assim tanto, tendo em conta a fotografia acima inserida (utilizada em outro artigo), já que a mesma, por mera coincidência (ou talvez não) espelha a citada frase de maneira inequívoca.
Tocou-me e poderá também tocar outros irmãos romeiros (e não só) uma vez que, como romeiro assumido, por vezes ajo como se só existisse a Quaresma (ainda que seja um tempo próprio para a penitência e oração) isto é, como se o mais importante do ser Cristão/romeiro fosse a paixão, morte e ressurreição de Cristo, “esquecendo” assim o Seu nascimento e vida. Afinal de contas, o essencial de um Cristão está na forma do seu nascimento e nos ensinamentos que nos transmitiu durante a sua vida, principalmente nos últimos 3 anos. No entanto, não deixa de ser verdade que a Sua paixão, morte e ressurreição nos deverá relembrar que após esta vida, teremos uma outra, só que está será eterna e cheia de graça.
Realmente Deus podia ter escolhido outra forma para o Seu filho vir até nós e dar-se a conhecer a todos os homens, do género “popa e circunstância” mas não. Deus, ao contrário do habitual pensamento humano, “desceu da sua grandiosidade” e encarnou no seio da virgem Maria como uma criança frágil e indefesa. Como se isso não fosse, já por si, o bastante, isto é, reduzir-Se a um mero átomo, nasceu numa família humilde, com poucos recursos e no meio do nada aparente. Teve tudo o que era preciso mas, para os padrões desse tempo nada teve, materialmente falando. Sem dúvida alguma teve uma das maiores graças que se pode desejar ter, o Amor incondicional da sua mãe e de José. Teve ainda, para além dos reis magos, a presença, o carinho e o afecto dos pastores que por ali andavam com os seus rebanhos, homens que naquele tempo não eram tidos nem achados, no entanto foram estes mesmos homens os primeiros a ouvirem a boa nova. Olhando para este nascimento, peculiar em todos os sentidos, devemos ver com outros olhos, com outra visão a Natividade do menino. Não só com mais oração sentida, mas também com mais meditação nas leituras próprias para a época.[1]
Quanto à sua vida muito haveria que dizer, mas para tal basta proceder à leitura do Novo Testamento, e quando refiro leitura, não será como quem lê um qualquer livro, mas sim uma leitura mais aprofundada, diria mais, uma leitura com os olhos da alma.
“ (…) para que o Menino nos encontre olhando para Ele”, segunda parte da frase citada no inicio, tão pequena e ao mesmo tempo de uma profundidade imensa já que, não basta rezar mais e melhor. Por vezes “encontrarmo-nos olhando para Ele” tem tanto ou mais valor do que uma oração porque, sermos nós mesmos verdadeiramente ao pé D`Ele, despojados de todas as nossas defesas, é um acto de amor e humildade, e nem sempre temos a coragem de O olharmos assim, olhos nos Olhos.
Finalizando, como Cristão/romeiro, a Quaresma tem a sua importância, no entanto, tratando-se do “fim” terreno de Nosso Senhor Jesus Cristo, não devo pôr só os olhos nesse “fim” quando, para perceber a abrangência (humanamente possível) dos actos de Deus, devo também olhar para o seu “inicio”, local onde tudo realmente começou.
Procuremos então rezar mais neste advento."
Tocou assim tanto, tendo em conta a fotografia acima inserida (utilizada em outro artigo), já que a mesma, por mera coincidência (ou talvez não) espelha a citada frase de maneira inequívoca.
Tocou-me e poderá também tocar outros irmãos romeiros (e não só) uma vez que, como romeiro assumido, por vezes ajo como se só existisse a Quaresma (ainda que seja um tempo próprio para a penitência e oração) isto é, como se o mais importante do ser Cristão/romeiro fosse a paixão, morte e ressurreição de Cristo, “esquecendo” assim o Seu nascimento e vida. Afinal de contas, o essencial de um Cristão está na forma do seu nascimento e nos ensinamentos que nos transmitiu durante a sua vida, principalmente nos últimos 3 anos. No entanto, não deixa de ser verdade que a Sua paixão, morte e ressurreição nos deverá relembrar que após esta vida, teremos uma outra, só que está será eterna e cheia de graça.
Realmente Deus podia ter escolhido outra forma para o Seu filho vir até nós e dar-se a conhecer a todos os homens, do género “popa e circunstância” mas não. Deus, ao contrário do habitual pensamento humano, “desceu da sua grandiosidade” e encarnou no seio da virgem Maria como uma criança frágil e indefesa. Como se isso não fosse, já por si, o bastante, isto é, reduzir-Se a um mero átomo, nasceu numa família humilde, com poucos recursos e no meio do nada aparente. Teve tudo o que era preciso mas, para os padrões desse tempo nada teve, materialmente falando. Sem dúvida alguma teve uma das maiores graças que se pode desejar ter, o Amor incondicional da sua mãe e de José. Teve ainda, para além dos reis magos, a presença, o carinho e o afecto dos pastores que por ali andavam com os seus rebanhos, homens que naquele tempo não eram tidos nem achados, no entanto foram estes mesmos homens os primeiros a ouvirem a boa nova. Olhando para este nascimento, peculiar em todos os sentidos, devemos ver com outros olhos, com outra visão a Natividade do menino. Não só com mais oração sentida, mas também com mais meditação nas leituras próprias para a época.[1]
Quanto à sua vida muito haveria que dizer, mas para tal basta proceder à leitura do Novo Testamento, e quando refiro leitura, não será como quem lê um qualquer livro, mas sim uma leitura mais aprofundada, diria mais, uma leitura com os olhos da alma.
“ (…) para que o Menino nos encontre olhando para Ele”, segunda parte da frase citada no inicio, tão pequena e ao mesmo tempo de uma profundidade imensa já que, não basta rezar mais e melhor. Por vezes “encontrarmo-nos olhando para Ele” tem tanto ou mais valor do que uma oração porque, sermos nós mesmos verdadeiramente ao pé D`Ele, despojados de todas as nossas defesas, é um acto de amor e humildade, e nem sempre temos a coragem de O olharmos assim, olhos nos Olhos.
Finalizando, como Cristão/romeiro, a Quaresma tem a sua importância, no entanto, tratando-se do “fim” terreno de Nosso Senhor Jesus Cristo, não devo pôr só os olhos nesse “fim” quando, para perceber a abrangência (humanamente possível) dos actos de Deus, devo também olhar para o seu “inicio”, local onde tudo realmente começou.
Procuremos então rezar mais neste advento."
[1] Um documento alusivo que pode ser lido ou baixado em http://www.scribd.com/doc/44007680/Advento-2010-Final-c"
Artigo publicado no Jornal "A União" do passado Sábado.
Sem comentários:
Enviar um comentário