quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Quaresma




Irmãos em Cristo,

hoje é 4ª feira de cinzas, começa o período religioso denominado da Quaresma, no ciclo da Páscoa.
Ao contrário do que muito “boa gente” possa dizer, e ainda que o carnaval já não termine às 00:00 deste dia, ainda vamos a tempo de viver uma quaresma santa, aliás, vamos sempre a tempo, logo que o queiramos.
A quaresma em 1ª instância, representa o deserto, “local” por excelência árido, mas é nessa aridez que nos devemos fixar, porque é lá que Deus no chama. Um deserto assim é propício à solidão, ao jejum, à penitência, ao encontro com o Criador, mas também ao perigo e há tentação. E é neste período de 40 dias em particular, que nos encontramos mais sujeitos às “obras” do demónio. Mas, com a força e o poder da oração, devemos ser semelhantes a Jesus, resistindo aos perigos e às tentações que ele nos vai pondo no caminho ou, tal como Moisés, trabalhemos para passar estes 40 dias no Monte, porque depois desses dias, seremos abençoados com o diluvio das graças de Deus, na Sua Ressurreição.
Mas este tempo, também é de Perdão. Perdão ao irmão, contra o qual podemos ter cometido alguma falta, mas também perdão do Pai ao filho pródigo. Este perdão origina o Encontro e a Reconciliação com o próximo e com Deus, a conversão de Zaqueu ou o encontro de Jesus Cristo com a mulher adultera, que nós todos somos...um pouco de cada uma destas personagens.
A quaresma também é passagem das trevas à Luz. Cegos desde a nascença, com a vinda da Luz do mundo que é Jesus Cristo, talvez possamos ver e vê-Lo.
Este período, também é de purificação e cura das nossas almas e das nossas enfermidades, tal como a cura do paralítico ou do filho do centurião. Também poderá ser água, uma vez que a sede na nossa quase constante insatisfação de ser e estar, passe para a verdadeira água viva da samaritana e deixemos de ter sede.
O período da Quaresma também é CRUZ, presença e sinal permanente, mesmo depois da ressurreição até há ascensão de Jesus.

Nesta Quaresma irmãos, tentemos vive-la com a maior santidade possível, atravessando desertos, resistindo às tentações, mas também perdoando, encontrando-nos uns com os outros e neste Ano da Misericórdia, reconciliando-nos com Deus.

Nesta Quaresma irmãos, abramos os olhos para Deus, saciemos a sede na água viva e saibamos carregar a Cruz para segui-Lo, não aquela que Ele verdadeiramente carregou (porque essa é humanamente impossível), mas aquela que Deus nos deu, e qual Simão de Cirene, carrega-la sem questionar, porque depois das três da tarde e quando dermos o último suspiro, haveremos de ressuscitar e ve-Lo face a face.

Paulo Roldão
(um irmão romeiros, como os demais)

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