quinta-feira, 21 de junho de 2018

Tu estás para além de tudo aquilo que existe

Tu estás para além de tudo aquilo que existe

Tu, ó Deus, estás para além de tudo o que existe.
Não contêm já estas palavras
tudo o que se pode cantar de ti?
Que hino te poderá cantar os teus louvores?
E em que coisa se apoiará a mente porque tu ultrapassas qualquer possibilidade de compreensão?
Tu és inconhecível
mas tudo o que possamos pensar provém de ti.
Todos os seres te honorificam
os que pensam e os que estão privados de pensamento.
Tudo o que existe te louva
a ti todo o ser pensante eleva um hino de silêncio.
Quem tiver uma morada mora em ti.


Quem se mover move-se em ti.
Tu és o fim de tosos os seres.
Tu és tudo
e não és nada daquilo que são os outros seres.
Tu és o único
e és a totalidade dos seres.
Tu tens todos os nomes
mas é para mim impossível chamar-te
porque és o único ao qual não se pode dar um nome.
Tem piedade, ó Deus!
Tu estás para além de tudo aquilo que existe.
Não contêm já estas palavras
tudo o que se pode cantar de ti?

Gregório de Nazianzo, Poesias 1, 1, 29

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