quinta-feira, 10 de maio de 2012

SENHOR SANTO CRISTO NUM 13 DE MAIO

"Neste Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, tanto as celebrações de Fátima, na Cova da Iria, a caminho do centenário, a ocorrer em 1917, como a maior das festividades da Diocese de Angra, a Festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres, ocupam o mesmo dia do calendário. De todos os peregrinos alegramo-nos, sobremaneira, com a presença do Núncio Apostólico do Santo Padre.

A visitar esta imensidão de mar de descobertas, pontilhados das nove Ilhas dos Açores, nascidas de vulcões e embaladas nos sismos, que nos fazem lembrar as fragilidades das terras e das gentes que as habitam. Terra de Romeiros, à busca do Infinito, ponteando entre os dedos os rosários de Ave - Marias.

Em pleno Sexto Domingo de Páscoa, que muitos dizem do “Quinto Domingo do Espírito Santo”, a aguardar o Pentecostes que culmina o Mistério da Ressurreição, inseparável da Sexta-feira da Paixão do “Ecce Homo”, que não mais nos faz esquecer os estados de alma dos que contemplam a imagem do Senhor Santo Cristo.

De épocas bem distintas, um denominador comum sublinha estes dois eventos religiosos de marcada índole popular: O sofrimento dum povo, muitas vezes, nómada pelas emigrações e esperança de uma vida melhor. Sempre num horizonte que nunca coube no rectângulo Continental, que forjou “Os Lusíadas” do Planeta que habitamos.

Milhares de devotos a sério. E curiosos, de olhos esbugalhados, a tentarem perceber o que é cumprir-se uma promessa com a fidelidade do sofrimento, que nos redime. Gente vinda nas caravelas do passado, ou regressados em aviões, para sentirem as emoções do que é estar numa Procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

Passados mais de três séculos, desde 1700, que do Convento de Nossa Senhora da Esperança, uma multidão imensa deita âncoras diante do porto seguro, para reviver a história da Fé, que é preciso ter a humildade de reaprender com os simples e mais pobres. A Nova Evangelização também se faz nos mares da religiosidade de um povo.

Que a sonoridade das filarmónicas, nem o colorido dos tapetes e colchas das varandas nos faça arredar do baldaquino, onde cada um de nós tem uma lição a aprender. Muito antes da Missa e da Procissão, já nos corações de muitos a gratidão da Fé e a identificação de situações dramáticas passou pela vida de muitos."

Artigo da autoria do Padre Dolores publicado aqui

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