"Fui passar a
Páscoa a Dublin na Irlanda, lá para onde um dos meus irmãos emigrou com a
família no começo da crise na construção e para onde é possível viajar por low
cost.
Os dias de
Páscoa servem para dar espaço à oportunidade de celebrar e viver a redenção do
homem. Nos tempos que correm as oportunidades são mais difíceis de ver pois
muitos já não participam nas celebrações oficiais. O desafio é encontrar a
celebração na vida do quotidiano com palavras que ficam quando transmitidas do
coração, com o tempo que os corações precisam para comunicar como nos lembrou
recentemente a Igreja.
Um bom tempo
de comunicação é a Via Sacra. Este ano não pude ir nessa boa Via Sacra que é a Romaria
de Nossa Senhora da Conceição pois estava no Huambo. No entanto não deixaram de
me dar possibilidades para que o coração falasse, tangencialmente aproveitadas
pela minha falta de fidelidade e de misericórdia. No Huambo disse ao meu colega
que tinha sido santo, depois de tomar a iniciativa, que eu não tive, de pedir
desculpa, no seguimento de uma briga intergeracional, interdisciplinar e
interideológica sobre o plano do município. No caminho de Lacluta a sete horas
de Díli percebi uma vez mais a relatividade da centralidade pois é lá, no fim
do nosso mundo, que o Padre Abel Soares semeia e potencia a esperança de Timor
e de Portugal. Na muralha da China constatámos a busca de fé dos que a
percorreram chegando ao limite da fortaleza alongada naquela passagem para a
China. E no Phoenix Park de Dublin ouvimos, escutámos e encontrámos o
testemunho de Fidelidade e Misericórdia da via da cruz. A vida é uma viagem que
pode ser sacra."
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