quinta-feira, 3 de maio de 2012

Via Sacra

"Fui passar a Páscoa a Dublin na Irlanda, lá para onde um dos meus irmãos emigrou com a família no começo da crise na construção e para onde é possível viajar por low cost.
Os dias de Páscoa servem para dar espaço à oportunidade de celebrar e viver a redenção do homem. Nos tempos que correm as oportunidades são mais difíceis de ver pois muitos já não participam nas celebrações oficiais. O desafio é encontrar a celebração na vida do quotidiano com palavras que ficam quando transmitidas do coração, com o tempo que os corações precisam para comunicar como nos lembrou recentemente a Igreja.
Um bom tempo de comunicação é a Via Sacra. Este ano não pude ir nessa boa Via Sacra que é a Romaria de Nossa Senhora da Conceição pois estava no Huambo. No entanto não deixaram de me dar possibilidades para que o coração falasse, tangencialmente aproveitadas pela minha falta de fidelidade e de misericórdia. No Huambo disse ao meu colega que tinha sido santo, depois de tomar a iniciativa, que eu não tive, de pedir desculpa, no seguimento de uma briga intergeracional, interdisciplinar e interideológica sobre o plano do município. No caminho de Lacluta a sete horas de Díli percebi uma vez mais a relatividade da centralidade pois é lá, no fim do nosso mundo, que o Padre Abel Soares semeia e potencia a esperança de Timor e de Portugal. Na muralha da China constatámos a busca de fé dos que a percorreram chegando ao limite da fortaleza alongada naquela passagem para a China. E no Phoenix Park de Dublin ouvimos, escutámos e encontrámos o testemunho de Fidelidade e Misericórdia da via da cruz. A vida é uma viagem que pode ser sacra."
Artigo do irmão Tomaz Dentinho, publicado na Revista U, do Jornal "A União"

Sem comentários: