"Os Romeiros do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, de Angra do Heroísmo, preparam o início da sua caminhada de fé quaresmal, que levará 43 homens a percorrer as estradas da ilha Terceira de 3 a 7 de Março. Essa manifestação religiosa secular, reactivada há quatro anos, mostra-se firme e, por isso, segundo o mestre do rancho, Hélder Ávila, as atenções estão agora voltadas para os jovens.
É o único rancho de romeiros existente na ilha Terceira, pelo menos até à data, e foi reactivado há quatro anos depois de o seu desaparecimento por um longo período de tempo, motivado talvez pela ocorrência de abalos e catástrofes naturais. Coube a quatro homens o trabalho inicial de reconstituir uma tradição de carácter religioso vivida numa caminhada de fé quaresmal e, uma vez afirmada, de acordo com o mestre dos Romeiros do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, de Angra do Heroísmo, caberá naturalmente aos jovens dar a sua continuidade. Hélder Ávila sublinha, por isso, a importância de cativar a juventude a fazer parte deste agrupamento terceirense que levará os Irmãos a percorrer as estradas locais num “retiro espiritual em andamento” de rezas e cânticos. “Estamos a perder valores. A juventude parece não acreditar em nada e ninguém parece acreditar na juventude”, alerta o responsável, frisando a necessidade de integrar mais “caras novas” de modo a garantir o futuro da tradição. Para o efeito, acrescenta, torna-se fundamental uma maior abertura por parte dos pais. Aparentemente, a causa está relacionada com a escola e os estudos. “Os miúdos acabam por perder alguns dias de aulas mas as faltas serão justificadas”, assegura. Ao todo são 43 católicos, entre 9 e 60 anos de idade, das ilhas Terceira, Graciosa e, provavelmente, São Miguel, bem como da cidade de Toronto, que se encontram de momento a ultimar os preparativos da romaria. Um número considerado significativo que tem vindo a aumentar a cada ano. “Na minha perspectiva as coisas estão a seguir o seu caminho mais facilmente do que pensei. Em termos logísticos, hoje temos pernas para andar antes não tínhamos praticamente nada”, diz em tom de balanço.
É o único rancho de romeiros existente na ilha Terceira, pelo menos até à data, e foi reactivado há quatro anos depois de o seu desaparecimento por um longo período de tempo, motivado talvez pela ocorrência de abalos e catástrofes naturais. Coube a quatro homens o trabalho inicial de reconstituir uma tradição de carácter religioso vivida numa caminhada de fé quaresmal e, uma vez afirmada, de acordo com o mestre dos Romeiros do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, de Angra do Heroísmo, caberá naturalmente aos jovens dar a sua continuidade. Hélder Ávila sublinha, por isso, a importância de cativar a juventude a fazer parte deste agrupamento terceirense que levará os Irmãos a percorrer as estradas locais num “retiro espiritual em andamento” de rezas e cânticos. “Estamos a perder valores. A juventude parece não acreditar em nada e ninguém parece acreditar na juventude”, alerta o responsável, frisando a necessidade de integrar mais “caras novas” de modo a garantir o futuro da tradição. Para o efeito, acrescenta, torna-se fundamental uma maior abertura por parte dos pais. Aparentemente, a causa está relacionada com a escola e os estudos. “Os miúdos acabam por perder alguns dias de aulas mas as faltas serão justificadas”, assegura. Ao todo são 43 católicos, entre 9 e 60 anos de idade, das ilhas Terceira, Graciosa e, provavelmente, São Miguel, bem como da cidade de Toronto, que se encontram de momento a ultimar os preparativos da romaria. Um número considerado significativo que tem vindo a aumentar a cada ano. “Na minha perspectiva as coisas estão a seguir o seu caminho mais facilmente do que pensei. Em termos logísticos, hoje temos pernas para andar antes não tínhamos praticamente nada”, diz em tom de balanço.
O percurso a fazer pelos romeiros, que deve acompanhar, por norma, a trajectória dos ponteiros do relógio, terá início às 4 horas da madrugada de 3 de Março, depois de a celebração de uma missa na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, e terminará a 7 do mesmo mês, pelas 19 horas, com a missa de recolhimento no referido templo. Contam com o apoio espiritual de seus amigos e familiares para completar cerca de 300 quilómetros na totalidade e o contributo das pessoas que costumam encontrar durante a viagem, à volta ilha, na oferta de refeições e lugar para pernoitar.
Maior aceitação
Relembrando as críticas populares da altura de formação do rancho, em 2006, Hélder Ávila reafirma que os Romeiros do Santuário de Nossa Senhora da Conceição trataram de “reactivar e não imitar” uma tradição terceirense. Mas compreendeu as reacções menos simpáticas da população tendo em conta que a tradição se manteve sempre ao longo dos séculos na ilha de São Miguel, onde existem actualmente mais de meia centena de ranchos de romeiros. “As pessoas já encaram de maneira diferente. Acredito que antes ouvíamos nomes feios não por má criação das pessoas mas por puro desconhecimento de causa”, realça o mestre, referindo a propósito a semelhança entre a indumentária usada pelos romeiros de ambas as ilhas.“Foram muito bem escolhidos; são perfeitos para abrigar do frio e da chuva”, afirma sobre o xaile, o lenço, o bordão, o terço e a sovadeira (sacola) – os elementos essenciais para os peregrinos seguirem a sua jornada.
Para além disso, é preciso alguma coragem para assumir a vivência da romaria, enquanto homens e católicos, resume, recorrendo a um lema comum a qualquer rancho – “o que é da romaria fica na romaria”, para concretizar o seu raciocínio. "
Maior aceitação
Relembrando as críticas populares da altura de formação do rancho, em 2006, Hélder Ávila reafirma que os Romeiros do Santuário de Nossa Senhora da Conceição trataram de “reactivar e não imitar” uma tradição terceirense. Mas compreendeu as reacções menos simpáticas da população tendo em conta que a tradição se manteve sempre ao longo dos séculos na ilha de São Miguel, onde existem actualmente mais de meia centena de ranchos de romeiros. “As pessoas já encaram de maneira diferente. Acredito que antes ouvíamos nomes feios não por má criação das pessoas mas por puro desconhecimento de causa”, realça o mestre, referindo a propósito a semelhança entre a indumentária usada pelos romeiros de ambas as ilhas.“Foram muito bem escolhidos; são perfeitos para abrigar do frio e da chuva”, afirma sobre o xaile, o lenço, o bordão, o terço e a sovadeira (sacola) – os elementos essenciais para os peregrinos seguirem a sua jornada.
Para além disso, é preciso alguma coragem para assumir a vivência da romaria, enquanto homens e católicos, resume, recorrendo a um lema comum a qualquer rancho – “o que é da romaria fica na romaria”, para concretizar o seu raciocínio. "
Artigo publicado no Jornal "A União" de hoje.
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