quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Procissão de Passos ou do Encontro

"No Segundo Domingo da Quaresma, faz-se nesta cidade de Angra, dita do Heroísmo e, Há um quarto de Século a esta parte, reconhecida como “Cidade Património Mundial”, a centenária Procissão do Senhor dos Passos, promovida pela Irmandade de Santa Crus e Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
As procissões de Passos foram trazidas para os Açores pelos seus primeiros povoadores, vindos do Continente, onde eram “manifestações litúrgico e populares de fé, entre o Século XIV e XVIII, em muitas das cidades e vilas”. Dos Açores foram levadas para o Brasil, onde, ainda hoje são das maiores manifestações religiosas em Florianópolis (1766) e Olinda (1773).
Sendo certo que, onde houvesse uma Fraternidade Franciscana havia a correspondente Procissão de Passos, representando uma das quedas do Senhor a Caminho do Calvário, ou a Procissão de Penitência, representando o Senhor preso à coluna, sendo flagelado. Tal como em Angra do Heroísmo, muitas das Procissões de Passos são promovidas pelas Irmandades de Santa Cruz e Passos, sendo uma das mais famosas, a de Nazaré, iniciada em 1619, com uma imagem supostamente trazida de Nazaré da Galileia, Terra Santa, e há poucos anos restaurada.
A imagem do Senhor dos Passos, normalmente de tamanho natural, representa Jesus, sob o madeiro, numa das quedas a Caminho do Calvário, como que a prevenirmos das nossas próprias quedas da vida, nas vias não sacras do mundo em que vivemos, onde os “Herodes” e “Pilatos”, abundam mais que as ”Verónicas”, ou “Cerineus”, que nos ajudem a levar as nossas próprias cruzes.
Fazem parte integrante dos rituais da Procissão do Senhor dos Passos, a transladação, ou mudança da Imagem, no seu andor, no véspera à noite, da Igreja do Colégio dos Jesuítas (que foi), para a Igreja, hoje Santuário de Nossa Senhora da Conceição, este ano, cerca das 20h00, donde sairá no Domingo, às 15h00, após a Missa das 14h00.
Momento esperado, durante a procissão, é o Encontro da Imagem do Filho, com a Mãe, Nossa Senhora das Dores, onde os fiéis aguardam o designado “Sermão do Encontro”. Bem precisamos de muitos encontros de Mães, com seus Filhos, desencontrados por caminhos, bem distantes dos que nos conduzam ao sentido da convivência familiar e comunitária, onde todos são bem-vindos, desde a criança não nascida ao velhinho à espera de Partir para a Casa do
Pai."
Artigo publicado no Jornal "A União" de hoje da autoria do Padre Dolores.

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