Peça exposta na loja "A Sapateia"
"Há alguns dias atrás num contexto que não vem aqui a respeito, o “nosso” Padre Dolores saiu-se com a afirmação que serve de base ao titulo, dizendo que “Os Romeiros são Homens que durante a quaresma vivem as passagens descritas no Livro de Génesis apenas caminhando.”
Realmente, muitas vezes tem destas saídas, em que pensamos que serão “apenas” mais umas frases bonitas e, no entanto, são frases ou pensamentos com uma profundidade tamanha que ficamos dias a fio a pensar nessas frases ou pensamentos, no seu contexto e na sua abrangência nas nossas vidas de Cristãos. Esta foi mais uma delas em que, mesmo para quem já anda em romarias há longos anos (e não me refiro a mim certamente ou algum dos meus irmãos ao longo destes quatro anos), fica fascinado ao dar-se conta que, na verdade, vive essas passagens simplesmente caminhado.
Qualquer que seja o rancho começa a sua caminhada diariamente nas “Trevas”, onde as formas são vazias de conteúdo, onde apenas conseguimos ver o irmão que caminha à frente. Aos poucos a “Luz” começa a despontar no horizonte, tal como Deus disse. Quando nos apercebemos deste milagre diário, damo-nos conta que a separação entre as Trevas e a Luz é muito ténue, tal como é muito ténue a separação entre o Mal e o Bem. O Mal, dependendo do estado de alma do Homem, muitas vezes faz-se passar pelo bem para assim enganá-lo e ludibriá-lo, mas o Bem, o verdadeiro e único Bem vem do Altíssimo e Ele, na maioria das vezes fala-nos no silêncio da Luz que nos ilumina através do Espírito Santo. Em romaria (mas não só) deixamo-Lo falar, seja na brisa que passa, na chuva que teima em não parar, nas aves que pairam no céu, nos campos cheios de vida, nos animais que se abeiram das paredes ou simplesmente no irmão que ao passar pelo rancho cantando a Ave-maria, algo maravilhoso lhe acontece ao ver a Cruz que segue à frente. Tira-Lhe o chapéu que cobre a cabeça e, mesmo que pequenas gotas de orvalho matinal lhe molhem a cabeça, apercebe-se que, tal como todos nós, só terá a derradeira recompensa através d`Ele, que deu a vida por nós. Só Ele é que nos salva, Aquele que segue à nossa frente, Aquele que seguimos.
Depois, vemos tudo aquilo que Ele criou, a terra e o céu, as arvores e os campos, as plantas e suas sementes e por fim os animais. Como é belo vermos estas maravilhas com outros olhos, com outro olhar, que não o do dia-a-dia da vida.
Por fim, do pó da terra que Ele nos soprou nas narinas, cruzamo-nos com o fôlego da vida. Cruzamo-nos com os nossos semelhantes, muitos deles atarefados nas suas labutas diárias, quais “Martas”, mas também, aqui e ali, cruzamo-nos com aqueles semelhantes que rezam e oram, quais “Marias”.
Poderia explanar mais passagens do Livro de Génesis que se enquadram com a vivência de uma romaria, no entanto, o “restante” Livro de Génesis (o género humano, o pecado, a redenção, a vida em família, a corrupção da sociedade, entre outros temas) é vivido, sentido e orado individualmente, através das contas do terço ou através das meditações, durante a caminhada.
Termino com uma passagem fabulosa (para frasear um irmão) do livro “Se tu soubesses o dom de Deus” “Ser apóstolo não consiste em fazer muitas coisas ou em resolver muitos problemas; talvez consista em poucas, talvez numa só: ser presença e testemunha de um Reino que é o de Jesus.”
Realmente, muitas vezes tem destas saídas, em que pensamos que serão “apenas” mais umas frases bonitas e, no entanto, são frases ou pensamentos com uma profundidade tamanha que ficamos dias a fio a pensar nessas frases ou pensamentos, no seu contexto e na sua abrangência nas nossas vidas de Cristãos. Esta foi mais uma delas em que, mesmo para quem já anda em romarias há longos anos (e não me refiro a mim certamente ou algum dos meus irmãos ao longo destes quatro anos), fica fascinado ao dar-se conta que, na verdade, vive essas passagens simplesmente caminhado.
Qualquer que seja o rancho começa a sua caminhada diariamente nas “Trevas”, onde as formas são vazias de conteúdo, onde apenas conseguimos ver o irmão que caminha à frente. Aos poucos a “Luz” começa a despontar no horizonte, tal como Deus disse. Quando nos apercebemos deste milagre diário, damo-nos conta que a separação entre as Trevas e a Luz é muito ténue, tal como é muito ténue a separação entre o Mal e o Bem. O Mal, dependendo do estado de alma do Homem, muitas vezes faz-se passar pelo bem para assim enganá-lo e ludibriá-lo, mas o Bem, o verdadeiro e único Bem vem do Altíssimo e Ele, na maioria das vezes fala-nos no silêncio da Luz que nos ilumina através do Espírito Santo. Em romaria (mas não só) deixamo-Lo falar, seja na brisa que passa, na chuva que teima em não parar, nas aves que pairam no céu, nos campos cheios de vida, nos animais que se abeiram das paredes ou simplesmente no irmão que ao passar pelo rancho cantando a Ave-maria, algo maravilhoso lhe acontece ao ver a Cruz que segue à frente. Tira-Lhe o chapéu que cobre a cabeça e, mesmo que pequenas gotas de orvalho matinal lhe molhem a cabeça, apercebe-se que, tal como todos nós, só terá a derradeira recompensa através d`Ele, que deu a vida por nós. Só Ele é que nos salva, Aquele que segue à nossa frente, Aquele que seguimos.
Depois, vemos tudo aquilo que Ele criou, a terra e o céu, as arvores e os campos, as plantas e suas sementes e por fim os animais. Como é belo vermos estas maravilhas com outros olhos, com outro olhar, que não o do dia-a-dia da vida.
Por fim, do pó da terra que Ele nos soprou nas narinas, cruzamo-nos com o fôlego da vida. Cruzamo-nos com os nossos semelhantes, muitos deles atarefados nas suas labutas diárias, quais “Martas”, mas também, aqui e ali, cruzamo-nos com aqueles semelhantes que rezam e oram, quais “Marias”.
Poderia explanar mais passagens do Livro de Génesis que se enquadram com a vivência de uma romaria, no entanto, o “restante” Livro de Génesis (o género humano, o pecado, a redenção, a vida em família, a corrupção da sociedade, entre outros temas) é vivido, sentido e orado individualmente, através das contas do terço ou através das meditações, durante a caminhada.
Termino com uma passagem fabulosa (para frasear um irmão) do livro “Se tu soubesses o dom de Deus” “Ser apóstolo não consiste em fazer muitas coisas ou em resolver muitos problemas; talvez consista em poucas, talvez numa só: ser presença e testemunha de um Reino que é o de Jesus.”
Artigo publicado no Jornal "A União" de 5ª feira passada.
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