sexta-feira, 16 de abril de 2010

Poema "Romeiro"



Este poema assim como a foto acima, encontram-se publicados no Jornal "Diario dos Açores" datado de 16 de Março findo. Um poema a ler várias vezes, não só para reter as sábias palavras de quem o escreveu mas também, para deste poema, fazermos uma escolha de vida.


"A lágrima é teimosa

por vezes orgulhosa

sempre a insistir.

E se pensar que trava-la

vamos conseguir.

Lá abre caminho

e de mansinho

mesmo pelo cantinho

consegue sair.


Nem sempre silenciosa

mas também ruidosa

temos que admitir.

Não é só no sofrer

muitas vezes no prazer

ela se faz sentir.


Quais contas de um terço

que se reza com carinho

de lágrima vão

salpicando o caminho.

Tu sabes eu conheço

este sentimento profundo.

É valor que não tem preço

não se compram, não se vendem

lágrimas neste mundo.


Será uma bênção?

Será um castigo?

Não sei meu irmão,não sei meu amigo.

Talvez a explicação

só viva contigo.


Por vezes a doença

já ditou a sentença,

enquanto tão incomoda

é sua presença.


E teima em ficar

sem se desculpar,

Que nem mesmo para entrar

teve de pedir licença.


É quando a miude

que pela saúde

Rogando se vai.

Uma lágrima teimando

de vez enquando

rolando lá cai


Irmão companheiro

Homem verdadeiro

quando a mascara cai

Mostra-se por inteiro

o nosso Romeiro

e caminhando lá vai.


É no regresso a casa

onde o calor abrasa

e que do peito se esvai.

Que recorda as memórias

de vividas histórias

que pela boca lhe sai.


Irmão ferido...

de pé dorido...

desta caminhada.

Desejo cumprido...

peito comovido...

mas de alma lavrada.


Romeiro Romeiro

que de tão longe vens

quero ser o primeiro

a dar-te os parabéns

Esquece o cansaço

desta Romaria

E recebe um abraço

de fraterna Alegria"

1 comentário:

Paulo disse...

Que lindo poema sentido.