Este poema assim como a foto acima, encontram-se publicados no Jornal "Diario dos Açores" datado de 16 de Março findo. Um poema a ler várias vezes, não só para reter as sábias palavras de quem o escreveu mas também, para deste poema, fazermos uma escolha de vida.
"A lágrima é teimosa
por vezes orgulhosa
sempre a insistir.
E se pensar que trava-la
vamos conseguir.
Lá abre caminho
e de mansinho
mesmo pelo cantinho
consegue sair.
Nem sempre silenciosa
mas também ruidosa
temos que admitir.
Não é só no sofrer
muitas vezes no prazer
ela se faz sentir.
Quais contas de um terço
que se reza com carinho
de lágrima vão
salpicando o caminho.
Tu sabes eu conheço
este sentimento profundo.
É valor que não tem preço
não se compram, não se vendem
lágrimas neste mundo.
Será uma bênção?
Será um castigo?
Não sei meu irmão,não sei meu amigo.
Talvez a explicação
só viva contigo.
Por vezes a doença
já ditou a sentença,
enquanto tão incomoda
é sua presença.
E teima em ficar
sem se desculpar,
Que nem mesmo para entrar
teve de pedir licença.
É quando a miude
que pela saúde
Rogando se vai.
Uma lágrima teimando
de vez enquando
rolando lá cai
Irmão companheiro
Homem verdadeiro
quando a mascara cai
Mostra-se por inteiro
o nosso Romeiro
e caminhando lá vai.
É no regresso a casa
onde o calor abrasa
e que do peito se esvai.
Que recorda as memórias
de vividas histórias
que pela boca lhe sai.
Irmão ferido...
de pé dorido...
desta caminhada.
Desejo cumprido...
peito comovido...
mas de alma lavrada.
Romeiro Romeiro
que de tão longe vens
quero ser o primeiro
a dar-te os parabéns
Esquece o cansaço
desta Romaria
E recebe um abraço
de fraterna Alegria"
1 comentário:
Que lindo poema sentido.
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